Porque eu vinha pensando em algo parecido com isso recentemente…

May 21, 2010 § 12 Comments

Recebido via Reverendo Breno.

Ok, dentro dos planos de me tornar um ser humano melhor, está o projeto de não me explicar.

Ultimamente isso vem gerando uma mudança comportamental bem simples: Antes de me explicar eu me pergunto: Isso vai mudar alguma coisa? Se não, eu deixo pra lá.

Ultimamente eu venho escrevendo menos, dando menos atenção para as pessoas, etc, etc, etc. Não pretendia me explicar porque, oras, se explicar é uma tentativa de obter aprovação social. Ninguém se explica quando manda bem, se explica só quando pisa na bola. Do tipo: “Olha, desculpa, eu sodomizei o seu poodle, mas eu não sabia que ele era seu!”

Então eu dei uma sumida, e não ia me exlicar, mas acho que o vídeo tem a ver.

Pra quem não tem paciência de ver o vídeo acima, o palestrante basicamente crê que liberdade de escolha leva ao sofrimento.

Sim, isso mesmo, veja o vídeo inteiro e, grosso modo, é isso.

Segundo o palestrante, opções infinitas geram expectativas infinitas (que nunca poderão ser superadas) e custos de oportunidade infinitos (que reduzem a satisfação final), portanto, para ele, opções devem vir na medida certa de forma a permitir aos seres humanos uma gama finita e bem delimitada de opções que nos permita escolher sem ter expectativas infinitas e custos de oportunidade infinitos.

Okey, eu concordo em parte com ele.

Concordo que opções infinitas geram uma expectativa infinita e custos de oportunidade infinitos. O que eu discordo é a respeito da solução apontada: limitar as opções.

Limitar as opções é uma forma burra de diminuir os custos de oportunidades e as expectativas. APOSTO que, diante de duas opções, vai ter gente que vai conseguir sofrer com custo de oportunidade e expectativa.

Ante tal fato, imagino que a solução do palestrante seja zerar as opções por meio da imposição de uma escolha única (“escolha única”, owputaqueopariu, eu me supero).

A solução que eu consigo imaginar para isso é: quem sabe o que Quer não tem medo de escolher.

Não existe custo de oportunidade para quem escolhe o que Quer. Não existe expectativa frustrada quando você sabe o que Quer.

Okey, lindo isso, mas esbarra em dois problemas de ordem prática e, no meu state of the art, impossíveis de solucionar atualmente de forma perfeita e acabada.

(Mas está a caminho.)

Problema 1: O que eu quero?

Okey, isso está virando tema recorrente no blog já: Quem sou? O que sou? O que eu quero? Etc, etc, etc.

Então, isso é uma das coisas mais importantes na existência humana e eu não sei como responder.

O que me parece claro, no entanto, é que não tentar responder não resolve, então minha sugestão e como eu venho tentando responder é: Tente.

Tente se entender, tente se compreender, tente se conhecer. Todos nascem com uma capacidade de auto-investigação.

Ops, esgotou suas possibilidades? Não consegue ir adiante? Mude.

Tente outra coisa. Procure ajuda. Pergunte pra sua família, pros seus amigos, etc.

Sua família e amigos deram o que tinha que dar? (Cambada de pervertidos…)

Mude novamente. Procure ajuda profissional. Psicólogos, por exemplo.

Okey, psicologia deu o que tinha que dar? Ou não é isso que você queria?

Mude de novo. Tente novas possibilidades. Vá testando. Se você tem um problema e as soluções que você tem não resolvem o problema, mude as soluções.

Um dia talvez você perceba que as soluções que você conhece não resolvem, então é hora de tentar as soluções que você não conhece.

Problema 2: Eu sei o que eu quero. Quero duas coisas diferentes.

Okey, depois de tanta groselha (lembranças pra Sil) e que justifica alguém virar e me falar que eu tenho um blog de auto-ajuda (tá, eu mereço mesmo), vem a segunda questão: Eu sei o que eu quero: eu quero duas coisas ao mesmo tempo.

Usando o exemplo do vídeo: Eu quero ver o jogo de futebol do meu filho e mandar e-mails.

Certo, se me permitem ser um velho e comunista agora, isso é fruto do Capitalismo Globalizado.

(Cara, eu sempre quis dizer isso.)

Certo, vamos lá, pra tentar explicar isso de uma forma menos clichê.

Sociedade atual: Consumo e Conectividade.

Acho que ninguém discorda disso, correto? As coisas que mais fazemos durante o dia, creio, é: consumimos, produzimos coisas para serem consumidas (e somos remunerados por isso – para consumir) e nos comunicamos.

Beleza, nada contra isso. Acho extremamente positivo. Sério.

O problema ocorre quando tudo vira uma massa cinzenta: queremos tudo ao mesmo tempo. Ou seja produzimos consumindo e nos comunicando.

Pensem: O pai que está vendo o jogo do filho (consumindo) está pensando no trabalho (produzindo) e se mantendo disponível para quem quiser falar com ele.

Isso transforma a vida do sujeito numa massa amorfa e sem sabor. E é exatamente essa a metáfora que eu quero usar! Pensem no seu almoço: Bife, salada, arroz, feijão, coca-cola e um pudim de leite de sobremesa. Pensaram? Agora joguem tudo num liquidificador, batam, e depois imaginem aquela massa amorfa num copo de milk-shake.

Nossas vidas são essa massa amorfa.

Perdemos (por desídia nossa) a capacidade de focar nossa atenção 100% em uma coisa só. Estamos lendo com o celular do lado, comendo assistindo TV, arrumando a casa ouvindo música.

E isso é algo que eu quero recuperar: a capacidade de me desligar do mundo quando estiver em uma atividade específica. Ser 100% em uma coisa só.

Como fazer isso? Mude suas hábitos. Não ouça música no carro. Não escreva ouvindo música. Não coma assistindo TV. Não trabalhe pensando na namorada. Não transe como coelhinhos epiléticos pensando no trabalho. E por aí vai.

Tá, admito: venho tendo resultados medíocres nessas tentativas. Mas pelo menos é mais fácil de conseguir e possui um caminho mais claro e fácil de seguir do que encontrar a resposta à pergunta “Quem sou eu?”

§ 12 Responses to Porque eu vinha pensando em algo parecido com isso recentemente…

  • Petite Poupée says:

    Sabe o que eu quero?

    Quero que seus amigos voltem a postar aqui pra te darem umas porradas! Conversar com mulherzinhas, definitivamente, não está te fazendo nada bem ahuuauhahuhu

    Quer saber de outra coisa?

    O mundo digital me deixou muito analógica ;)

    Ps. Te encontrar foi algo muito legal. Quero que isso seja infinito e além!bjo.

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  • Lília Diniz says:

    Eiiiii….não quero que vc fique bravo com o comentário sobre o blog ser de auto ajuda…..pq eu falei em um sentido ótimo……pq eu estou passando por um momento bem difícil e derrpente encontrei o seu blog numa madrugada e me ndentifiquei muuito….e isso realmente me ajudou! fikei com peso na consciência com o comentário……e sim estou me explicando pq talvez tenha pisado na bola. beijos

    meus endereços

    Sobre o Blog.


    http://www.olhares.com/liliah
    http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=8174488361352544587&rl=t

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  • Anna says:

    Muito legal o vídeo.
    Eu também estou numa fase em que estou questionando tudo o que existe. Não aconteceu nada, mas ando pensando muito na vida. Acho que os 30 anos fazem isso com a gente.

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  • Anonymous says:

    Tarso, que merda. Vc pelo menos come essas idiotas que escrevem no seu blog? Nossa, elas devem ser bem podres…

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    • Petite Poupée says:

      Podres? que nada! Somos lindas! e o melhor, cada qual com sua própria beleza. Quer saber? o Anarco sabe muito bem apreciar cada uma de nós. Bjo pra ti!

      Ps. Há coisas que estão acima de certos quereres, mas nem por isso são menos desejáveis. Entendeu? Não? Então deixa pra lá…

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    • Moça Bonita says:

      Em nome de todas as idiotas e podres que vêm aqui, tenho algo a declarar: NADA

      Meninas, uma salva de palmas para o Anônimo, amigo do Tarso: PÁ

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  • Fy says:

    … encontrar a resposta à pergunta “Quem sou eu?”…

    taí uma resposta que só existe em tempo constante.

    Feita de tudo o que você falou, incluindo encontros como disse a Pétit Poupée; momentos e madrugadas como as da Lília, e, sem dúvida de coelhinhos epiléticos.

    Ps. Te encontrar foi algo muito legal. Quero que isso seja infinito e além!bjo. > linda frase. Importante.

    Anônimo, … Nossa que coisa mais velha , parece aqueles filmes anos 40, um pulp noir bem vulgar e hiper-machista à la Mickey Spillane . Um pouquinho de bom gosto, às vezes, faz até com que agente tenha gosto em assinar o que escreve.

    Mais… voilà, o noirs mórbidos também devem ter seu encanto. Tudo depende do expectador. Como escreveu Protágoras, o homem é a medida de todas as coisas. Então … consideremos que é o indivíduo quem significa estabelece os rótulos de tudo o que o rodeia.

    Merda: boa palavra> sempre traz boa-sorte.
    A tia Gentileza também.
    Um pouco de luz em Arthur Fontes :

    Better days, super boy.
    Bjs
    Fy

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    • Petite Poupée says:

      Fy, eu já tinha reparado que vc dava um colorido, um tom todo especial aos comments daqui, mas o Anonymous me fez ver além. Me fez ver que vc não fala da Paz ou tenta transmiti-la somente, vc a vivencia dentro do seu coração. Q legal! Bjo.

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  • Rev.Breno says:

    faz tempo que não colocava algo nos comentários…

    legal o texto, penso algo por aí tbm

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