Eye of The Tiger.

August 10, 2010 § 7 Comments

Me pediram um texto sobre superação. Eis aqui o que eu posso falar sobre superação.

Em primeiro lugar, o título é sim referência aos filmes da série “Rocky”. O grande tchãs da série Rocky é que fala sobre isso: superação.

Sim, eu sei que me pediram um texto sobre superação de amores perdidos, mas não é esse o ponto: falar de técnicas de superação de dor de cotovelo seria meio errado.

Falar sobre técnicas de superação de dor de cotovelo seria falar o que eventualmente funciona pra mim, e eu sou eu e vocês são vocês. Pode até ser que tenha alguma relevância o que eu falo para vocês, mas eu hoje sinto vontade de falar sobre a superação abstrata.

Por outro lado, esse pedido traz implícito um aspecto muito importante: A imagem virtual que vocês tem de mim.

Pedir para que eu escreva um texto sobre superação é admitir que eu tenho algo para falar sobre isso. Como se eu tivesse uma forma pré-definida de superar meus desafios que pudesse tornar a vida mais fácil.

E, bom, se eu tenho alguma coisa para falar sobre superação é que não existe nada a se falar sobre superação.

Indo pela questão lógica da coisa: Só é superação se é difícil. E pra ser difícil, não pode ser fácil: não existe saída fácil, esqueminha, truque de mágica, pílula milagrosa, etc.

Não existe desafio fácil: ou é desafio, ou é fácil.

E nisso vem a grande questão: seus desafios serão sempre maiores do que você. Se o seu tamanho é 100, seu desafio vai ser 110. Se seu tamanho é 200, seu desafio é 220. Se seu tamanho é 1.000, seu desafio é 1.100. Um desafio 100 não é desafio pra alguém 1.000.

Eu sei que parece algo estúpido e simples de falar assim. Mas a Verdade é Simples e Fácil, como diria uma das traduções do ideograma “Mutação” em chinês.

Só existe uma forma de superar um problema, um desafio, alguma coisa nesse sentido: CRESCER. Aumentar o seu tamanho. Se tornar maior do que o problema.

O que é mais fácil? Crescer 10 ou crescer 100? Depende do seu tamanho. Se seu tamanho for 10, crescer 10 é dobrar. Se seu tamanho for 1.000, crescer 100 nem é tanto assim.

Existe um ditado coreano que fala que “o fogo nos pés dos outros não parece tão quente”. Os desafios dos outros, os meus desafios, os desafios de quem quer que sejam são relativos a cada um. Mas uma coisa nunca muda: um desafio sempre é relativo ao tamanho do desafiado.

E esse é o ponto: às vezes olhamos pra trás e pensamos “Nossa… como eu pude sofrer por aquilo… era algo tão pequeno…”

Em termos. Naquele espaço-tempo, o problema tem o mesmo tamanho. Você que cresceu.

E crescer, pressupõe mudança.

Então MUDE. Mude seus pensamentos, mude sua vida, mude suas convicções, mude a sua verdade. Tenha a humildade para aceitar que talvez você não tenha chego ainda no melhor que você pode ser.

Porque, francamente, se você acredita que melhor do que está não dá pra ficar, talvez seja hora de morrer.

E como mudar? Mudando.

Em que sentido mudar: Não sei.

Cada um segue seu caminho, o sentido favorito. Eu encontrei o meu sentido, minha escola, meus ideais. Agora estou me dedicando a me tornar essa mudança.

É muito difícil? Não: É difícil o suficiente.

§ 7 Responses to Eye of The Tiger.

  • Nina says:

    Ótimo texto Anarco, parabéns.

    Contribuindo com a discussão, talvez ter bem clara qual a sua meta seja algo que ajude. Quando vc diz: “Em que sentido mudar: Não sei” , eu diria: Em que sentido mudar: no sentido que vc quiser. Qual a sua meta? Qual o seu objetivo? E o que você pode fazer para atingi-lo? Definiu? Então aja.

    Já que o assunto veio de um contexto a lá dor de cotovelo, vamos a esse exemplo. Se o objetivo é curar uma bota, ficar ligando para o(a) amado(a), ficar bisbilhotando suas redes sociais ou criar devaneios de um mundo lindo ao seu lado não vai ajudar a superar essa dor.

    Pare de ir atrás. Não busque notícias. Delete do msn, não atenda o celular. Saia, conheça outras pessoas. Superar é isso.

    – Aiiii…. mais é tãão difícil….

    Aí sugiro ir para o topo da página e ler o post mais uma vez.

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    • Anarcoplayba says:

      Só pra explicitar um negocinho: “Em que sentido mudar?” Eu sei. Pra mim. Fiz a minha escolha e bora lá. A escolha dos outros é que eu não pretendo saber qual deve ser.

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      • Nina says:

        Yep, isso ficou claro. ;)
        (quer dizer, ao menos pra mim)

        Cada um tem que estabelecer para que direção deve caminhar.
        Ou até mesmo, ficar parado.

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  • Anônima says:

    Muito lindo o texto, Anarco. Concordo contigo, principalmente, num ponto: O ser humano não é estático.Portanto, buscar o melhor de nós sempre!

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