In the Blackest Night.

June 20, 2012 § 2 Comments

“In the brightest day,
In the blackest night,
No evil shall escape my sight.
Let those who worship evil’s might
Beware my power, green lantern’s light.”

Juramento da Tropa dos Lanterna Verde.

Dentre os heróis que eu considero mais interessantes, está o Lanterna Verde.

Não porque ele possui o anel mais poderoso da galáxia e recentemente saiu do armário.

Mas eu acho o Lanterna Verde um conceito maravilhoso: Ele consegue fazer tudo o que ele consegue imaginar.

Simples assim.

Suas limitações são, basicamente, auto-impostas.

Em um episódio do desenho animado da Liga da Justiça, inclusive, um vilão chega a se fingir de amigo dele e falar que “ele não vai conseguir fazer X, porque X tem um campo de força projetado pra anular o anel”. Mentira. Mas o Lanterna Verde acredita e assim acontece.

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Isso me lembra um vídeo recente, do discurso de paraninfo (ou patrono, whatever) que o Neil Gaiman deu pra uma turma de Artes numa Universidade nos Estados Unidos.

Em algum momento (que eu espero que vocês vejam) ele fala: “Quando vocês começarem a trabalhar, vocês não vão ter a mínima idéia do que estão fazendo. E isso é ótimo! Porque quem sabe o que faz, sabe as regras, sabe as leis, e obedece as regras. Sem saber o que estão fazendo, vocês vão ter a chance de cometer erros maravilhosos, originais, inesperados! Cometam erros interessantes!”

Razão te torna muito bom em aprender. Disciplina de deixa ótimo no que você sabe.

Mas é necessária uma bela dose de ingenuidade pra se fazer algo que ninguém pensou antes.

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Outro aspecto que eu acho interessante no Lanterna Verde é que existem outros Lanternas, de outras cores. Se o anel Verde usa a Força de Vontade, o Vermelho usa a Ira, Laranja usa a Ganância (uma prima de Desejo), Amarelo usa a Medo, Azul usa a Esperança, Indigo usa a Compaixão, Violeta usa o Amor, Preto usa a Morte e Branco é para a Criação.

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A maior parte das cores acima encontra uma correlação mais ou menos precisa com as cores dos Chakras ou outras cores das mais diversas mitologias.

Uma das que escapa um pouquinho é o Verde, afinal, na mitologia hindu clássica, verde é o Chakra Cardíaco… Onde se sente o Amor Incondicional.

Ok, que é onde Céu e Terra se encontram também. E dá pra empurrar o papel Criador do homem nisso.

Mas não é perfeito.

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Eu fico me questionando o que seria um Anel energizado pelo Amor Incondicional. Daria um péssimo herói.

Porque todo herói precisa de um adversário, e subitamente não faria sentido um confronto entre um vilão e um herói que compreende o vilão.

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Por outro lado, faria todo o sentido do mundo um anel energizado por amor incondicional diante do juramento dos Lanternas Verdes: “In the brightest day, In the blackest night, No evil shall escape my sight. Let those who worship evil’s might Beware my power, green lantern’s light.”

Porque se eu quero andar pela noite mais negra, é melhor ser bem compreensivo. Admitindo-se, óbvio, que cada ser tem uma Razão de Ser e de Estar.

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Ironicamente, se o julgamento é a Razão na Terra, essa Razão demanda pressupostos. E os Pressupostos são Emocionais.

Julgar, separar, organizar é estancar um aspecto de criatividade crua e pura. Deixa a criança brincar na lama, porque se sujar faz bem. Diminua as regras e aumente a entropia. Não ligue para o que é possível e cometa enganos belos.

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Por isso que o Juramento da Tropa dos Lanternas Verdes sempre soou como uma oração pra mim: “In the brightest day, In the blackest night, No evil shall escape my sight. Let those who worship evil’s might Beware my power, green lantern’s light.”

Mas hoje eu peço que a luz verde seja a outra que eu estou mais acostumado a estudar. Willpower, que seja Azul.

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Feliz Yule para todos vocês.

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