O Paradoxo de Rafael.

February 5, 2009 § 10 Comments

Há alguns anos enquanto conversávamos numa mesa, subitamente surgiu o assunto dos Nazi e do saudável costume deles de bater em gays nas ruas de São Paulo.

No desenrolar do assunto duas posturas básicas foram defendidas: a minha e de um amigo meu, que defendemos que Nazi tem mais é que apanhar pra aprender a ser gente, e a do Rafael, que defendeu a posição de que “batendo nos Nazi você está se rebaixando ao nível deles”.

Por sorte não tivemos a opinião “gay tem mais é que apanhar” defendida.

O ponto fulcral dessa discussão envolve notadamente um paradoxo que ora me aflige: a violência é um meio válido para a defesa de opiniões?

Por favor, notem que penso na violência latu senso, que vai desde a violência física à mental. É justo você se opor a opiniões dos outros?

Peguemos nessa caso concreto: Os Nazi acham que gays tem que apanhar. Eu acho que Nazi têm que apanhar. Qual a diferença? Eu gosto de pensar que a diferença é que eles acham que gays devem apanhar porque eles são gays, eu acho que Nazis devem apanhar porque eles parte para a agressão física contra pessoas que, rigorosamente, nunca fizeram nada para eles.

Esse tipo de pensamento gerou minha frase: “Voltaire dizia que poderia não concordar com nada do que dizes, mas que defenderia até a morte o seu direito de proferir sua opinião, não o direito de me espancar ou me explodir porque eu discordo de você.”

Ou seja, a liberdade é um valor absoluto e final: você temo direito de tudo, menos de limitar a liberdade dos outros. Esse é um primeiro resultado simples e fácil.

Agora, e quando estamos falando de valores não tão absolutos quanto a liberdade? Violência afetiva? Violência psicológica? Temos o direito de entrar em conflito com outras pessoas?

Por um lado é querer impor a sua verdade a todos… por outro, não seria covardia não lutar pelo que você crê ser certo?

§ 10 Responses to O Paradoxo de Rafael.

  • felipe says:

    Conheci teu blog hoje atravez do Mapher (acho). Entrei pq achei o nome escroto, e queria ver o que era esse absurdo. Mas acabei achando interessante, li varios posts. Da onde veio esse nome “anarco playba”?

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  • Anarcoplayba says:

    História longa. Há uns 4 ou 5 anos a gente faz a ceia de natal malandrica… na primeira vez a gente foi, cozinhou, levou bebida… e um amigo nosso comentou: Ah, me falaram que ia ser uma ceia de natal punk rock… mas boa comida… boa bebida… isso n tem nada de punk rock!

    Ao que o outro cara respondeu: “É que a ceia é anarco-playba.”

    A piada surgiu daí, da mescla entre a quebra das tradições (almoço em família é o caralho, quero encher a cara com meus amigos) com o prazer pelas coisas boas (pra quê comer lasanha congelada da sadia se eu sei cozinhar?).

    Ou como disse um amigo meu: Anarcopunk acha que se revoltar contra o sistema é não tomar banho. Anarcoplayba se revolta contra o sistema usando o sistema.

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  • alexthomaz says:

    Antes de começar: “lato sensu”, por favor.
    Quanto a questão da violência… entendo que a violência física não é justificável em nenhuma hipótese. Nenhuma. Entretanto, o direito de defender sua opinião, através de argumentos, não pode ser considerado um tipo de violência, na minha opinião.
    Come full circle.

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  • alexthomaz says:

    Ok, ok… violência física é justificável contra a violência e eu te apóio em querer bater em nazis… eu também bateria.

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  • Juremeiro Preto says:

    Esse rafael eh bicha.
    Chama os nazistas pra bater nele.

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  • alexthomaz says:

    se os nazistas vão bater no Rafael e o Paulo vai bater nos nazis, vamos marcar dia e hora e cobrar ingresso, pq vai ter briga boa! UHAUhAUhauA

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  • Juremeiro Preto says:

    eu fico com a grana da cerveja.

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  • Ruthinha says:

    Detesto qq forma de preconceito. Cada indivíduo é livre para ser e fazer o que quiser, desde que, claro, não prejudique ninguém. :)

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  • alexthomaz says:

    A Rutinha é boazinha, a Raquel é má.

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  • Raquel says:

    Sou a favor de sair na porrada mesmo.

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