Manifesto.

July 22, 2011 § 35 Comments

Manifesto. [Do lat. manifestu.] s.m.:  Na literatura, define-se Manifesto como um texto de natureza dissertativa e persuasiva, uma declaração pública de princípios e intenções, que objetiva alertar um problema ou fazer a denúncia pública de um problema que está ocorrendo, normalmente de cunho político. O manifesto destina-se a declarar um ponto de vista, denunciar um problema ou convocar uma comunidade para uma determinada ação. Estrutura relativamente livre, mas com alguns elementos indispensáveis: título, identificação e análise do problema, argumentos que fundamentam o ponto de vista do(s) autor(es) do manifesto, local, data, assinaturas dos autores e simpatizantes da causa.

Porque eu estou com esse texto na cabeça há semanas… e é hora de pari-lo.

Há alguns meses eu tive contato com um texto que mudou a minha vida.

Ironicamente o que faz de um texto uma life-changing experience não é necessariamente o tamanho do texto, ou sua qualidade, ou a profundidade com que ele é exposto. Um texto é um meio para um fim, tal qual uma sinfonia ou uma estátua: é um meio objetivo para transcender uma idéia captada pelo artista.

Nesse sentido, o mérito do texto acima não é o de delinear uma longa e grande tese a respeito da vida, do universo e tudo mais. Apenas é a exposição de uma idéia. E uma idéia… bem…

Cobb: What is the most resilient parasite? Bacteria? A virus? An intestinal worm? An idea. Resilient… highly contagious. Once an idea has taken hold of the brain it’s almost impossible to eradicate. An idea that is fully formed – fully understood – that sticks; right in there somewhere.

Todo o conceito religioso que eu consigo imaginar hoje em dia é binário. O Tao é binário (Ying e Yang). O Mito Criador Judaico-Cristão é binário (E deus criou o céu e a terra, o sol e a lua, o homem e a mulher). A Teogonia começa com o Caos se dividindo em Céu e Terra (ou Urano e Gaia), depois Amor e Morte (Eros e Thanathos).

Se pensarmos na nossa forma de pensar o mundo, ela é dialética: quente x frio, bom x mau, luz x sombras, caos x ordem, corpo x alma, e uma meia dúzia de falhas cognitivas do nosso cérebro que criam bom diante do ruim e vice-versa.

No entanto… um pouco mais de atenção joga essa idéia pras cucuias: Não existe frio, existe ausência de calor. Não existe sombra, existe ausência de Luz. Não existe Ordem, existe ausência de Entropia. Alguns filósofos já chegaram à essa conclusão. Algumas culturas. Algumas opiniões.

No caso do texto do Alex Castro, ele comentou que conversando com um Judeu, o Judeu manifestou a opinião de que não existe dicotomia entre o que a Lei diz e o que a Lei quis dizer. Segundo esse Judeu, essa coisa de “espírito da Lei” é dicotomia greco-romana de corpo x espírito. A Lei disse o que a Lei disse. Tentar descobrir o que o Legislador (nesse caso Deus) quis dizer é um exercício de adivinhação (no caso) presunçoso.

Os Juristas também falam que não se pergunta pro Legislador o que a Lei diz.

Se não me engano Adorno, quando em uma roda literária em que se discutia o que determinado poeta quis dizer retrucou: “Se quis dizer, então por que não disse?”

E o que mais me incomoda nisso tudo são os Profetas das Boas Intenções. Os Arautos da Sinceridade. Os que se dissociam de si mesmos, numa paciente espera da própria maturidade.

“Vou parar de mentir, quando for natural pra mim falar a verdade.”

“Vou fazer caridade quando eu não tiver dificuldade de tirar do meu bolso pra dar pra alguém.”

“Vou ser paciente quando as pessoas pararem de me irritar.”

“Não adianta nada fazer algo bom se não for de coração, se não for natural.”

“Eu sei que eu fui um escroto, mas eu tinha as melhores intenções.”

Você é aquilo que você faz.

Se você é caridoso a contragosto, você não é egoísta, você é caridoso, ainda que a contragosto.

Se você é educado mesmo irritado, você é alguém educado, embora irritado.

O velhinho internado não liga pra saber se a enfermeira que cuida dele faz aquilo por salário ou por caridade.

A dissociação Comportamento x Intenção só beneficia quem justifica a própria covardia com uma falsa modéstia de pretensa sinceridade: “Eu sei que isso é o certo, mas eu não tenho vontade de fazer o certo, então faço o errado. Quando eu tiver vontade de fazer o certo, eu vou lá e faço.”

Pela Teoria das Supercordas toda a Matéria é constituída de energia condensada em pequenas cordas que vibram em onze dimensões. Se a Energia é a mesma (e é) como a mesma energia cria diferentes partículas subatômicas que dão origem a diferentes átomos? Simples: elas são pequenas cordas, e, sendo pequenas cordas, a forma como elas se dobram sobre si mesmas define o tipo de matéria.

O som da corda de um violão muda com a variação do seu comprimento.

A forma é indissociável do conteúdo.

A Manifestação é Indissociável do Manifesto.

O Significante é Indissociável do Significado.

Não se trata mais de uma relação de causalidade, mas de uma relação de sincronicidade: Quer mudar o interior? Mude o exterior. Manifeste a mudança que você quer ver no mundo.

Está deprimido? Endireite a coluna, tome um banho, faça a barba e saia para dar uma volta, mesmo que você não queira.

Nas artes marciais orientais é dado um valor absurdo para bases e posturas.

A Yoga tem Asanas e Mudras: posturas que induzem estados de consciência.

Não sou aquilo que sinto.

Não sou aquilo que penso.

Eu sou aquilo que Manifesto.

Manifesto. v. transit. dir. Presente do Indicativo da Primeira Pessoa do Singular do verbo Manifestar.

§ 35 Responses to Manifesto.

  • Karina says:

    Realmente, Anarco, muito bom o texto dele. Mas não me senti confortável, alguma coisa não batia, nem lendo o seu nem lendo o dele. Organizei as ideias e penso que:

    i. fazer o “bem” e agir “certo”, “naturalmente”, é o melhor dos mundos. beleza!
    ii. fazer e agir assim, por reconhecer que seja o melhor, ainda que sob esforço, é bastante louvável.
    iii. saber que tal atitude seria boa ou tal gesto seria o correto, admitir isso, mas não adotá-los, é honesto.
    iv. fazer o “bem” e agir “certo” para ficar isento de punição (moral, física ou espiritual), é lamentável.

    Externamente, somos aquilo que manifestamos. Mas, ao fim e ao cabo, meu compromisso é comigo. E sei a dor, o prazer ou a vergonha de agir de tal ou qual forma. Quando ele diz
    que “…isn’t for you, it’s for everyone else”, é fantástico. Mas deixa de ser interessante se pular do ponto ii e se estender para a noção do ponto iv.
    Se for, para usar daquele exemplo, só para minha comunidade judaica ou meu deus (aliás, um deus como o descrito pode ficar pra quem acredita nele assim, pelamor!) me enxergarem pia, prefiro o honesto sacrilégio.
    Agora, fato é que qd há outra pessoa diretamente envolvida (p.ex. não assassino alguém pq não quero ser rejeitado pela família, passar parte da vida na prisão e muito menos queimar no inferno), pouco importam pra ela as minhas razões. Se dou remédio pro paciente, pouco importa se faço por compaixão ou por salário. Para quem é afetado, o efeito não muda. Já falamos sobre isso, já disse aqui o que penso a respeito. Então claro que vou preferir ter à minha frente me apontando uma arma um covarde a um honesto assassino. Isso é o aspecto prático da coisa. Mas, moralmente, é lamentável.

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    • Anarcoplayba says:

      Agora… olha só como essa discussão é interessante… um amigo meu me disse, meses atrás, que nos estudos atuais de ética existe uma “gradação” de razões mais ou menos éticas para você fazer algo. Por exemplo: Dar passagem para uma ambulância: Você pode fazer isso porque a Lei manda e vc tem medo da punição, porque você não quer ter a morte do paciente na sua consciência, porque considera a ambulância mais importante que a sua pressa, porque quer viver num mundo onde pessoas dão passagem para ambulâncias ou porque você considera o certo a fazer.

      Agora, perceba, qualquer que seja o motivo que te levou a esse ato, há uma coerência interna entre o que você fez e o que você é. Uma sincronicidade. Forma continua sendo indissociável de conteúdo. Se eu dei passagem porque Deus quer, ou porque é um crime, para fins internos, isso é irrelevante, porque no meu Juízo de Valor, eu estou certo.

      De mais a mais… tudo depende de intenção. Ainda que uma intenção Será que dá pra fazer algo “sem vontade”? Asua vontade pode ser oriunda de uma ameaça ou promessa… mas ainda é sua vontade.

      Você acredita que fazer as coisas naturalmente é o melhor dos mundos. Discordo: naturalmente é sem consciência. Sem consciência é sem intenção. Uma semente não tem mérito por germinar. Um pássaro não tem mérito por cantar. Não é mérito de uma macieira dar maçãs. Laranjas talvez fosse mérito para uma macieira, mas maçãs? Nah.

      Por outro lado, eu acredito que se esforçar a fazer algo é mais bonito, porque demonstra o reconhecimento de algo que você considera bom, ainda que não seja natural seu ainda: Eu não quero dar passagem para a ambulância, mas reconheço isso como algo maior e faço.

      Para um evangélico, obedecer a Vontade de Deus é algo lindo e que o enche de felicidade.

      E essas três opiniões divergentes nascem de três pontos que são os mesmos, ainda que diferentes: valores. O reconhecimento pessoal e individual de algo bom e belo, e esse ponto é bem interessante porque mostra como o mundo é (ou é tratado como se fosse) uma projeção dos nossos egos. Queremos nossas regras internas respeitadas, não apenas por nós, mas pelos outros.

      Não sei se eu me fiz claro, mas esse Manifesto, embora tenha usado exemplos fofinhos, é dissociado de julgamento moral. Não quero saber se a mudança é em um sentido bom ou ruim, porque bom e ruim são conceitos relativos, ainda que enraizados em nossos julgamentos até mesmo ao manifestar que entende que um comportamento para evitar uma punição é um comportamento lamentável, o que pra outras pessoas, é natural. Diga-se de passagem, conheço pouquíssimas pessoas que trabalham por manifestação, não objetivando uma recompensa no fim do mês…

      Manifestar vale pra acordar de manhã pra trabalhar, pra ir na academia, pra ajudar uma velhinha a atravessar a rua… TUDO.

      E o que eu quero atacar nesse texto são as pessoas que “acham que deveriam fazer mas não fazem”. Meu ataque é ao discurso “vou ficar esperando eu mudar por dentro para mudar por fora”. Não, eu vou mudar meus atos. Minhas manifestações, porque mudando minhas manifestações, ainda que à contragosto, eu estou manifestando algo bom, e, como forma é indissociável de conteúdo, mudando a minha forma, mudo meu conteúdo.

      Se eu afirmo uma opinião e não me comporto de acordo com ela, isso é hipocrisia ou auto-engano. Católico que usa camisinha, ou não é católico ou quer ir pro inferno. Católico que não acredita que o Papa está certo, ou é hipócrita, ou é burro ou é preguiçoso de levantar a bunda da cadeira e pensar o mundo por si só.

      Alguém que acredita em um trem e não sai dos trilhos não acredita em um trem (ou é um suicida).

      Por outro lado, eu estava conversando com a Nina, e risadas falsas têm um efeito neurológico extremamente semelhante a risadas verdadeiras. Até mesmo morder um lápis pra forçar um sorriso faz a mesma coisa. Isso pra não mencionar mais um monte de besteirinhas: Sabe como se cura timidez? Sendo extrovertido. Forçando uma mudança de comportamento até que essa mudança não precise mais ser forçada. Você é capaz de se “viciar” virtualmente em qualquer coisa. Acostume-se com um comportamento, vicie-se nele e, um dia, ele vai ser natural para você.

      Quer assimilar algo à sua personalidade? Mude seus atos.

      Em resumo: seus paradigmas podem fazer com que vc considere um determinado motivo para se comportar algo lamentável, mas isso fala apenas sobre os seus paradigmas, não sobre as pessoas consideradas em si mesmas: as pessoas pelas quais você lamenta estão felizes e contentes, se comportando de acordo com aquilo que consideram bom.

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      • Karina says:

        Anarco, tudo isso é inerentemente subjetivo, lógico que estou falando por mim, e vc fala por vc, são nossa visões da coisa. Achei que já fosse ponto pacífico isso.
        Pois bem, estou pensando o seguinte: se o judeu acredita que se n seguir aquelas condutas todas no tal dia ele vai ser punido, e mesmo assim deixa de segui-las, isso é reconhecer o risco e se submeter a ele. Não é hipocrisia. Agora, se ele adota estratagemas para não ser punido, aí sim é hipocrisia. Só que, sei lá, vai que eles realmente creem nesse negócio de que deus só está interessado no ato em si, então aí já não haveria tb hipocrisia nenhuma. Pense só. É fé. Claro que pra mim soa como conveniência, cinismo e td mais, mas sei lá o que se passa com eles, não convivo com judeus.
        Mas voltei ao exemplo judeu pq vc falou no lance da camisinha, e pra mim entra na mesma linha. Posso ser católica, acreditar que não devo usar camisinha, usar e me julgar merecedora de punição, como vc disse. Não seria hipocrisia tb. O problema é que o que acontece na maior parte das vezes é aquilo da “fé” conveniente, e então as pessoas “acreditam” só nos dogmas que lhes convêm. Aí entra o autoengano.

        Mas acho que faz sentido, sim, que a mudança de comportamente possa ser o primeiro passo para a mudança de atitude. O que não acredito é que a mudança de comportamente preceda qq mudança de mentalidade. Pq, mesmo que só no fundo do fundo, o que me faz pensar em levantar da cama quando toda a minha força física quer me derrubar, é uma prevalência da força mental. Meu pensamento me mobiliza! É assimilando a ideia de que sendo extrovertido posso superar a timidez que vou conseguir motivação para dar esse primeiro passo de me comportar de forma diferente. Se vc escreve isso tudo mas não entra na cabeça das pessoas, não são suas linhas que vão fazê-las mudar de atitude!

        Por fim, continuo achando o “natural” o melhor dos mundos. E isso não tem a ver com não consciência nem falta de intenção, tem a ver com prescindir de intenção e ter, sim, consciência de que está praticando o bem, mas sem que seja necessário estímulo para isso. Possivelmente, um iluminado.
        E alguém assim pode ser um cordeiro no meio dos lobos? perfeitamente. mas não acho que alguém assim estaria interessado nisso.

        Caridade sem amor é pena?

        Li sua resposta abaixo, então pergunto mais: o que seria um coração puro, senão o que chamo aqui de uma ação que é adotada naturalmente? E acho que devo entender tb que coração purificado não seja necessariamente coração “bom” (com toda a relatividade do conceito), certo?

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      • Anarcoplayba says:

        Então, Ká, aí estamos entrando em mais um ponto subjetivo: se alguém se declara de uma determinada religião, e declara que de acordo com aquela religião se ela fizer X ela vai passar a eternidade no inferno, isso é hipocrisia sim, pois ninguém acredita de verdade que haverá determinada punição eterna e indizível e “aceita”. Perceba-se que você fala em “risco” se é “risco” não é crença. É achismo. É o famoso “eu acho que deus existe”. É professar uma religião por conveniência moral ou social.

        Por outro lado, retome o texto, porque é exatamente esse o ponto que eu estou propondo: forma é indissociável de conteúdo. A Matéria é feita de cordinhas dobradas. Um instrumento musical emite um som diferente de acordo com seu formato. O que eu estou propondo (“eu” é uma puta presunção, o que eu estou propagando) é que talvez essa distinção entre externo e interno seja inexistente ou muito menor do que acreditamos.

        Talvez a desculpa das “melhores intenções” seja apenas uma preguiça. Ou vaidade de não admitir que talvez suas boas intenções seja uma mera tentativa de encobrir intenções nem tão boas assim. Ou vontade de não se sacrificar e mudar seu comportamento.

        Agora, vc diz que talvez a mudança de atitude seja o primeiro passo, mas que ela não precede uma mudança de mentalidade. Bom, duas coisas quanto a isso:

        1) Sim, não há manifestação sem uma precedência mental. Logo, qualquer ato pressupõe uma vontade, então a prevalência dessa vontade sonbre outras não significa que você está fazendo algo “sem vontade”, mas apenas que a sua vontade racional está, por Força, por Disciplina, superando todo o resto.

        2) http://www.youtube.com/watch?v=673zYtoWM_Y

        Agora, você me diz que se as pessoas não tem força pra mudar, não é esse blog que vai fazer elas mudarem… well, respectfully I disagree dos seus pressupostos.

        E o primeiro pressuposto do qual eu discordo é achar que eu estou escrevendo para mudar o mundo. Eu estou escrevendo para me mudar. O meu blog é a minha vida. Minha personalidade na quarta dimensão. Meu Diário de Efeito Borboleta que me permite voltar no tempo e sentir aquilo que eu senti naquele momento, e pegar aquela energia e aplicar.

        Por outro lado, repito, uma idéia é o ser vivo mais resiliente. Altamente contagioso. Uma vez que ele entra na sua mente, você corre o risco de passar por uma completa reformulação. O Texto do Alex Castro colocou um aspecto muito importante pra eu pensar a respeito. Algo novo. Alienígena pra mim, pras minhas vivências e culturas. Eu estou passando adiante.

        Porque uma idéia é altamente contagiosa.

        Será que não vai mudar mesmo a vida de ninguém? Será que das 300 visitas que eu tenho por dia uma pessoa (0,33%) não vai pensar a respeito e, talvez, pensar menos e manifestar mais? Já me agradeceram antes… já vi alguns amigos meus repetindo trechos que eu mesmo tinha esquecido… Aconteceu antes e, sabendo-se que os textos que fizeram isso antes ainda estão online, e que eu continuo escrevendo, acontecerá de novo.

        ***

        Quanto ao coração puro, ora, um coração puro é um coração puro. Sem conflito. Sem impurezas. Ele pode ser puro ódio, puro amor, pura bondade, puro rigor, pura ganância, pura ambição, pura felicidade…

        E não necessariamente um coração puro é aquele natural… eu posso muito bem forçar meu coração a ficar puro… por meio de intenção, dedicação, treinamento, esforço, sacrifício… Como uma árvore que eu podo no formato que quero. Ou um Bonsai. Se eu deixar ele crescer naturalmente, talvez ele não fique da forma que eu reconheço como belo, justo e correto… Então eu restrinjo o que não quero e enfatizo o que quero.

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      • Karina says:

        Se reparar, qd falei em natural e suas variações, pus aspas. Qd falo em agir naturalmente, é isso mesmo… sem precisar de qq reflexão anterior ao ato, fazer um bem ou um mal irrefletidamente pq aquilo pra mim é o “natural”, entende? talvez possa dizer que seja um ato instintivo, sem a conotação negativa de irracionalidade. É mais… uma ânsia tão pulsante de praticar aquilo que não me cede espaço a qualquer outra possibilidade. Sem pensar, vc já fez. E se pensar depois, é aquilo mesmo, teria feito a mesma coisa.

        Por exercício e disciplina se chega a isso? possível, sim. Mas, como (acho que) concordamos, não há desatrelamento(!) entre o externo e o interno. Distinção há, mas são tão imiscuídos que não podem ser dissociados. Por isso volto tb ao outro ponto sobre o qual (parece que) concordamos: eu me permitir mudar, eu me dispor a me disciplinar, eu me direcionar para esse sacrifício, tudo isso depende de como compreendo isso tudo. Então digo de novo: muita gente pode passar por aqui e achar uma bobajada tudo que vc escreve; muita gente pode passar aqui e julgar que suas propostas são bacanas. O que faz com que as mesmas palavras tenham efeito diferente nas pessoas? Uns assimilam de uma forma, outros de outra. E qual está certa? e pq alguma deveria estar certa? Pq alguém deveria direcionar sua vontade para um viés, não para o outro?
        Hj cedo pensando nisso tudo rolou um insight meio besta, óbvio como acabam parecendo todos eles depois que surgem: Sou o que faço. ponto. Mas o que faço reflete o que sou. Justamente por serem dois aspectos indissociáveis!
        E é essa essência que somos que faz com que uns absorvam as ideias de formas diferentes. Ou então todas elas nos influenciariam com o mesmo vigor. Mas não.

        Pergunto de novo: pq alguém deveria direcionar sua vontade para um viés, não para o outro?
        Por razão nenhuma, exceto ser coerente com o que se é.

        “Talvez a desculpa das “melhores intenções” seja apenas uma preguiça. Ou vaidade de não admitir que talvez suas boas intenções seja uma mera tentativa de encobrir intenções nem tão boas assim. Ou vontade de não se sacrificar e mudar seu comportamento.”

        Humrum. E quando não é? nenhum de nós pode saber mais do outro do que ele próprio. então tudo desagua no lance de ser honesto consigo. Uns vão se identificar acomodados lendo isto aqui e vão querer mudar, outros vão vestir a carapuça mas continuar acomodados, outros vão começar a ler, se identificar e por isso parar de ler, outros vão pensar “que bom que não me identifico assim”, outros vão se enganar dizendo que não se identificam assim sem nunca terem feito uma autoanálise.
        Quem é o maior afetado? quem é. Pq, externamente, somos só aquilo que manifestamos. Ser para os outros é fácil. Difícil é ser para si.

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  • Karina says:

    pô, eu conhecia esse sujeito. Li alguma vezes qd era liberal, libertário e libertino, vi agora. Mas a parte irônica da história é que fui ler a bio dele e vejo lá: “Eu não sou o que eu faço, eu sou o que eu sou.” LOL

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    • Anarcoplayba says:

      Mais um motivo pra não perguntar pro autor o que ele quis dizer. ;)

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      • Alex Castro says:

        hahahha. é pq aí a questao é outra. a questao é que nas biografias as pessoas só se identificam pelo que fazem, pelo que trabalham. sou engenheiro. sou musico. trabalho com causas ambientais, etc. e isso tb é uma forma bem pequena de se auto-definir. mas sao dois contextos bem diferentes.

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    • Karina says:

      entendi total, Alex. uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. mas n deu para deixar passar a ironia, mesmo que só exista na forma ;-)

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  • “Se você é caridoso a contragosto, você não é egoísta, você é caridoso, ainda que a contragosto.”

    Sei lá. E quando deus diz na bíblia que qualquer sacrifício tem que ser feito de coração? Aí a intenção e o peso do sacrifício não contam?

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    • Anarcoplayba says:

      Então… aí entramos em alguns pontos que ainda são meio nebulosos pra mim mesmo…

      Por exemplo, partindo do pressuposto de que não há ato sem vontade, é possível falar que fazemos algo “sem querer”? Não, não é. Portanto, o “fazer algo sem vontade” que eu expus, na verdade, não é “fazer algo sem vontade” é suprimir, por meio da intenção clara e da Vontade Própria (talvez até do Livre Arbítrio) a dúvida.

      Ou seja, imagine que alguém dá em cima da sua namorada. Você sente vontade de quebrar ele, mas escolhe, ativamente, se controlar e não o fazer. Pode-se dizer que a sua escolha de não agredir não possui vontade?

      No fim, a questão é mais um aspecto de se forçar a seguir uma vontade que você tem, não as outras. No caso da caridade, por exemplo: você tem vontade de doar (porque você sabe que é algo louvável ajudar ao próximo, por exemplo), mas você também tem vontade de comprar uma garrafa de whisky. São vontades conflitantes (admitindo-se dinheiro finito), que demandam uma solução.

      Minha proposta é um manifesto contra as justificativas e explicações daqueles que se escudam atrás da desculpa de que “só vale se for de coração”. Eu discordo. Pra mim, se forçar funciona melhor do que esperar que seja algo natural. Se eu fosse esperar ter vontade de fazer algo, eu estaria muito mais longe do que eu considero bom, justo e correto.

      E o problema de procurar argumentos bíblicos (não pense que eu não gosto da Bíblia, eu acho muito relevante e que se você ler com atenção você vai encontrar muita coisa interessante, especialmente, você mesmo) é que você está assumindo que essa opinião é única. Como eu disse: os Judeus têm outra opinião.

      Os orientais tbm.

      Em uma citação Taoísta, o mestre sugere ao discípulo que se lembre do Tao em cada passo que der. Que se concentre em permitir que cada escolha reflita o Tao. Que torne o Tao parte integrante de si, honrando-o em cada decisão, e quando todos os momentos o Tao estiver presente em sua vida, que simplesmente o esqueça, porque quando o fizer, quando for capaz de agir pelo Tao sem pensar no Tao, o Tao será parte integrante dele, como sempre foi.

      Ou seja: é importante que os atos sejam praticados de coração puro? Sim, é. Muito.

      O que eu proponho aqui é um caminho para purificar o coração.

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  • Nina says:

    O texto, a breve conversa no elevador e as reflexões inerentes iniciaram uma mudança paradigmática foda na minha cabeça, que eu ainda não sei onde isso vai dar.

    Vontade. É tudo uma questão de vontade.

    No início eu pensei: mas um ato não pode definir o que você é, oras. Muitas vezes fazemos coisas de forma impensada, impulsiva, ou nos arrependemos e….

    e…

    Isso também não reflete quem somos? Essa não é uma faceta, então, nossa? De impulsividade, por ex?

    Se eu faço algo “por obrigação”…. mas, come on! Quem te obriga? Se você faz algo para cumprir uma obrigação, ao menos eu sei 2 coisas a seu respeito: que você cumpre regras e que a regra que vc está cumprindo, de alguma forma, reflete algo seu..

    E o que não reflete?

    Se meu fundamento filosófico aponta para o fato de sermos seres de infinitas possibilidades…

    Se eu jogar fora toda a programação social que direciona a minha mente e minha vontade, resetar o sistema e começar, eu mesma, a programar o meu software, baseado nos meus valores, qual o meu limite?

    Eu sou minha ação. Eu sou minha não-ação. Eu sou.

    Porque em TUDO há Vontade. E se eu estiver imóvel, sem fazer nada…. é porque essa é a minha vontade.

    Aqui na terra como no céu.

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  • tonho da lua says:

    o tao não é binário. ele é indefinível, além das linguagens, e sua manifestação é trinária, ching, chi, shen. e os movimentos de transformação são guiados por dois movimentos, um ativo, yang, e um receptivo, yin. Se o tao fosse binário, tudo seria uma coisa ou outra, e é o contrário, tudo é uma coisa que se torna outra coisa que se torna uma que se torna outra… Quanto às outras religiões que citou não sei se está certo ou não sua definição delas, pois não as pratico, e no meu entender só conhecemos o que praticamos no dia a dia. :)

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    • Anarcoplayba says:

      Então, o Tao é binário porque o fundamento dele é o par Ying e Yang que, embora sejam qualidades de movimento, ainda são um par. O fato de que a base é o Par Yiang e Yang não significa que tudo seja ou Ying, ou Yang, mas sim que a mônada do Tao/I-Ching, é o par Ying e Yang. Perceba que esse computador no qual você escreve utiliza um processamento de dados chamado CÓDIGO BINÁRIO, e não é porque ele é, no fundo, um amontoado de 0 e 1, que você não está vendo o seu computador apresentar mais do que 0 e 1 pra você.

      Por sinal, fato de você combinar um PAR em grupos de três (trigramas) ou seis (hexagramas) não te dá um código de trinário. Seria trinário se trabalhássemos com 0, 1 e o 2, ou com Ying, Yang e Billy. Se você combina 0 e 1 em grupos de 3 (trigramas) ou 6 (hexagramas) não significa que a análise combinatória é trinária. Perceba que fazer uma combinação de PARES em grupos de TRÊS não vai te dar 3 elementos distintos.

      Se você pega o Carbono e o Hidrogênio, você pode combinar ele em uma molécula de Metano (CH4), uma molécula de Etano (C2H6) ou Butano (C3H8) ou mais uma porrada de coisas com propriedades diferentes, não significa que, dentro desse exemplo, você não tenha algo a mais do que Carbono e Hidrogênio.

      E o fato de que você pode escrever um programa de computador inteiro com 0 e 1 apenas não significa que o programa seja 0 OU 1.

      Agora, se vc quiser falar que o Tao é indefinível, simplesmente desista. Ignore e largue mão de estudar. Porque não faz sentido você querer apreender algo inapreensível e tudo vai ser uma grande punheta.

      O fato de que a apreensão do Tao não é Racional, mas sujeita a uma espécie diferente de pensamento, não significa que ele seja inapreensível, mas apenas que a compreensão dele não se dá com as ferramentas humanas de pensamento.

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      • tonho da lua says:

        “Tao é binário porque o fundamento dele é o par Ying e Yang que, embora sejam qualidades de movimento, ainda são um par”

        vc tá confundido o TAO com o taiji, anarco.
        o TAO é composto pelo wuji e o taiji.
        o taiji é aquele simbolo com o yang e o yin. o wuji é a origem do yang e yin (q sempre estão juntos e se transformando).

        o taiji é mais ou menos o nosso mundo fenomenico, o kenoma, onde as ações se realizam.

        o wuji é mais ou menos o mundo de potência, o numenico, o pleroma gnóstico,

        E ambos, wuji e taiji, formam o TAO, sem um excluir o outro.

        Como pode o tao ser binário se seu componente binário está no taiji (yang e yin) que por sua vez não é o TAO que por sua vez é composto pelo taiji e o wuji.

        mas to divagando, vc está certo. sou só um taoísta! ;) :D

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      • tonho da lua says:

        E ambos, wuji e taiji, formam o TAO, sem um excluir o outro.

        veja só, um sistema binário é pegar uma totalidade e dividi-la em duas unidades, que juntas representem esta totalidade.

        E o TAO é aquilo que não pode ser somado àquilo que é e mais aquilo que não sabemos por não poder ser conceitualizado de modo mínimo, que é de modo binário. Um exemplo claro temos na matemática, onde toda divergencia tem d convergir (mesmo quando parecem continuar a divergir) pois o principio que quase todos ramos da matemática são dependentes é o anel comutativo.

        E se em vez do TAo vc trocar o TAO pelo TAIJI (mundo fenomênico), seu texto acerta o alvo na realidade manifesta com certeza.

        Dai vem a escolha de ou continuar com pensamento dual (q o dualismo do mundo manifesto é bom (materialistas) ou é ruim, algo a ser transcendido (monotonoteístas)) ou expande-se em um pensamento que, primeiro aceite seu limite enquanto pensamento, sistema formal, e depois entenda que o TAO é algo que pode ser vivido, talvez via “SOU O QUE FAÇO”, sim, e nem tudo que há pode ser conceitualizado, pois a linguagem, formal como é, não pode definir o além dela, o kenoma, o mundo fenomenico, não pode controlar/taxonomizar 100% o mundo potencial e tanto a potÊncia quanto a realização em ação estão contidas em algo maior que sua definição… e por ai vai…

        por isso que como bom discordiano creio q tb possamos terminar rindo! :D :D :D :D :D :D :D :D :D :D :D

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  • tonho da lua says:

    “um pouco mais de atenção joga essa idéia pras cucuias: Não existe frio, existe ausência de calor. Não existe sombra, existe ausência de Luz. Não existe Ordem, existe ausência de Entropia.”

    me pergunto o que muda nesse discurso. Não existe calor e frio, mas existe ausencia d calor, que ainda é o oposto do calor, que por ser calor, definido desse modo, cria o seu oposto. Por exemplo, no tao te king fica claro que definir algo, cria naturalmente seu contrário. Definir calor, q seria um principio yang automaticamente cria seu oposto, um principio passivo a ele, seu yin, q seria ou o tal do frio ou o tal da “ausencia d calor” (q energeticamente é percebido e quantificado pelo ser do mesmo modo q o frio).

    E se tudo for um simples fluxo constante, que é a uma conceito muito mais próximo do tao, e não é binário, e tornamos tudo binário, por prender a tudo, criar taxinomia pra tudo, pra melhor “controle”, até que a ordem do controle, mais uma vez seja desfeita pela maré do fluxo contínuo do tao, e essa processo natural chamamos de “entropia”?

    Só usei esse exemplo para demonstrar que o tao não é binário, nem trinário, mas é o mistério, o incomensurável, o sem forma, que em seu fluxo, que, por ser informe é algo mais próximo de puro potencial, para se tornar estanque, manifesto, permite nossas sistematizações, nosso jogo de taxinomia sobre ele. As que seguem o fluxo da naturez são menos agressivas, e duram mais sem esforço, as que não seguem o fluxo da natureza são mais agressivas, impositivas, e duram só com muito esforço… mas nem uma é melhor ou pior, boa ou má, perante o fluxo, o movimento, a dança de chi, que é o que podemos perceber com os cinco sentidos. O além dessa dança aparentemente binária, pros cinco sentidos, o além dessa dança só via o processo de cultivo, que é a parte prática do taoísmo. Sem cultivo, só há entender mental, racional, limitado, daquilo que, citando kant, um ocidental pop hj em dia, chamamos d “numenico” e “fenomenico”. E a conclusão é que racionalmente,e o “numenico” só pode ser conceitualizado, nunca experimentado.

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    • Anarcoplayba says:

      Entao, não. O Puro Potencial é o Wu-Chi, o Grande “Vazio” que,na verdade, é o Todo sem organização. A Organização (tanto no Tao quanto nos outros mitos Criativos) se dá pela separação dos pólos primodiais. Coloque o lado direito e surge o lado esquerdo. Coloque o sol de um lado da montanha e imediatamente surge o frio. Bom, você diz que tudo está mudando (fato) orientando-se em dois tipos de movimento, ativo e receptivo.

      Bom, pra mim falar que tudo o que existe está em dois tipos de movimento, Ativo e Receptivo, expansivo ou contrativo, é bem binário, viu?

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      • tonho da lua says:

        Entao, não. O Puro Potencial é o Wu-Chi, o Grande “Vazio” que,na verdade, é o Todo sem organização. A Organização (tanto no Tao quanto nos outros mitos Criativos) se dá pela separação dos pólos primodiais. Coloque o lado direito e surge o lado esquerdo. Coloque o sol de um lado da montanha e imediatamente surge o frio.
        ———-
        Só que no mito criativo do Tao não há separação dos polos, pois um polo contém o outro polo potencialmente dentro de si. Se separar os polos não há movimento. E se não há movimento, não há organização.

        “Bom, você diz que tudo está mudando (fato) orientando-se em dois tipos de movimento, ativo e receptivo.Bom, pra mim falar que tudo o que existe está em dois tipos de movimento, Ativo e Receptivo, expansivo ou contrativo, é bem binário, viu?”

        Tudo o que existe enquanto ação, enquanto “fato”, Não tudo que existe enquanto potencial, no mundo potencial, vide a física pop de hj, no wuji, no numÊnico, é possível uma coisa ser duas coisas ao mesmo tempo, transcendendo a conceitualização binária materialista que usa, vide a dupla fenda! :D E ainda isso não é o Tao. pois é esse potencial, sua ação e a reação a sua ação e mais um pouco que formam o Tao.

        Mas sou só um taoísta, anarco, vc é anarquista. Deve estar certo em forçar uma visão material a tudo q é material e imaterial. Descuple-me.

        Deixou um resumo melhor lá no mamaeris.com. É mais elegante. :)

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      • Anarcoplayba says:

        Cara, por partes, eu vou ignorar o argumento de autoridade vindo de um anônimo e, ainda que você fosse um não anônimo e eu estivesse falando com o cara que fez a tradução do I-Ching do livrinho vermelho (que eu ainda tenho que comprar pq parece que é melhor que a do Reich), bom, não ia fazer muita diferença pq, como vc já deve ter percebido, alguém que usa o Nick de Anarcoplayba não liga muito pra argumento de autoridade.

        Por outro lado, quando eu falei “(fato)” não estava me referindo ao mundo dos fatos, mas sim à uma concordância com o que vc disse, especialmente no que tange ao aspecto de que os “pólos” não são pólos, mas sim qualidades de movimento. Nesse sentido, dentro do mundo manifesto (e o manifesto não se confunde com o material, posto que o imaterial tbm é manifesto – cito como exemplo uma sinfonia), tudo se manifesta de forma binária, como qualidades de movimento.

        Porém, não é APENAS a qualidade de movimento, uma vez que o par ativo x receptivo, forma x substância, ser e não ser tbm funciona muito bem.

        Agora, se você quiser discutir sobre a validade disso para falar do imanifesto eu vou felizmente me negar a discutir porque, como eu disse aqui ou em outro texto, o Potencial é irrelevante para os limites do que eu me interesso por discutir. Estou falando de comportamento, prática, vida, etc, etc, etc. Falar que, no mundo do Imanifesto uma coisa pode ser e não ser ao mesmo tempo, pode ser duas coisas, que o Gato está vivo E morto ao mesmo tempo, sinceramente, não me interessa. Eu citaria Drummond ao falar que não cantará um mundo caduco ou o tempo futuro, mas sim o Presente (que é Presente em todos os pontos da Quarta Dimensão).

        E eu vi num outro comment que, cara, eu vou responder aqui mesmo, você continua sustentando que um sistema binário é um sistema de duas partes, enão necessariamente é assim. O software do seu computador é um sistema binário. Ele é escrito na forma de uma linguagem que usa 0 e 1. O nosso alfabeto é um sistema de 23 (ou 26) letras que se combinam em infinitas palavras. Falar que o nosso alfabeto é um sistema de 23 (ou 26) símbolos NÃO SIGNIFICA 23 palavras, 23 frases, 23 livros. Mas significa que todos os livros são compostos de diferentes combinações de 23 letras.

        Ou seja: falar que o Manifesto pode ser descrito na forma de um sistema binário não significa falar que ele é Ying ou Yang, mas que ele é escrito em um alfabeto de dois elementos: ying e yang.

        De novo, falar que um trigrama composto de yang e ying nos dá oito possibilidades de elementos não significa falar que deixou de ser um sistema binário, uma vez que é uma análise combinatória de dois símbolos em três linhas. Se vc jogar mais três linhas, vira 64. Se jogar mais três, 512, e sucessivamente. Mas no fim, não deixa de ser um código binário. Um código binário feito com qualidades de movimento que se modificam e se tornam uma à outra sucessiva e infinitamente? Sim. Mas ainda assim um código Binário.

        Fato: a linguagem não pode descrever tudo. Ou, como repetido inúmeras vezes: a experiência transcendente, quando colocada em palavras, francamente, não tem tradução.

        Falar Taiji ao invés de Tao provavelmente seria mais preciso. Porém eu não estou falando do Tao Substantivo, assim como não estou falando do Deus Judaico Cristão. Estou falando do Mito da Criação expresso no Taoísmo (e nas demais tradições) no qual o caos primordial Wuji começa a se organizar dividindo-se nas qualidades de movimento Ying e Yang que, não, não são estanques, uma vez que não se pode imobilizar a qualidade de movimento sem que ela deixe de ser movimento, mas para fins de análise do mundo manifesto e dos mitos criativos, funciona well enough.

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      • tonho da lua says:

        “Estou falando do Mito da Criação expresso no Taoísmo (e nas demais tradições) no qual o caos primordial Wuji começa a se organizar dividindo-se nas qualidades de movimento Ying e Yang que, não, não são estanques, uma vez que não se pode imobilizar a qualidade de movimento sem que ela deixe de ser movimento, mas para fins de análise do mundo manifesto e dos mitos criativos, funciona well enough.”

        se o TAO ser o TAIJI funciona para vc, ok. siga por ai.

        e anonimato não é crime, caro. Na real, houve um tempo que os anarquistas sabiam o valor do anonimato! :D e mesmo assim, deixei meu nome via email e meu site, então, mimimimi bobo esse! :D :D e sobre papo d “autoridade”, :D, sua autoridade começa e termina em vc, não se preocupe com isso nem em achar que posso estar achando que sua autoridade de si a si toca em mim! ;)

        abraço e boa diversão. :D :D :D

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      • tonho da lua says:

        “E eu vi num outro comment que, cara, eu vou responder aqui mesmo, você continua sustentando que um sistema binário é um sistema de duas partes, enão necessariamente é assim.”

        lógico que é, anarco, vc pegou o todo e dividiu em 2, e a partir de 2 distinções feitas no todo, vai buscar compor todo o todo novamente, ordenado via, o como disse, 0 e 1. Mas a raiz d seu sistema é binária. ao dizer que é binária não disse que tudo é ou um ou outro apenas, mas que toda percepção e conceitualização e criação será guiada pelo sistema com base 2, do mesmo modo que o sistema com divisões em sua base maiores, pode ser descrito tb pelo de base 2, tornando uma forma eficiente d criação d código. Agora se quer jogar oq não disse ocmo se eu tenha dito para reforçar seu ponto de vista, sou sua puta, véio! :D

        Mais uma vez vocÊ foge pela tangente. Primeiro não existe frio, mas existe “ausÊncia de calor”, agora, um sistema binário não é binário, não parte de duas partes para tentar descrever a totalidade, pois via suas configurações pode descrever miriades de coisas, etc…

        a questão pra mim é simples. vc tem sua verdade, ela é sua, e vai defende-la. parabéns!

        Eu como taoísta quis partilhar que sua analise do sistema binário que dá forma as coisas na realidade fenomenica (o taiji) não é o tao e sim uma descrição do taiji e o yang e yin q o compõe. E vc insiste que o yang yin e sua dança é o TAO, então tá! :D que assim seja, vc conhece seu túnel de realidade melhor que eu, é óbvio, e isso não é apelar pra discurso d “autoridade”, é só assumir que em seu túnel de realidade o TAO=TAIJI, quando no meu túnel d taoísta “praticante” :D o TAO é o taiji+wuji +o incomensurável. Mas túneis existem d tamanho diversos, feitos de materiais diversos e tem utilidades diversas! :D

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  • Anarcoplayba says:

    Cara, a colocação de um nome em um email não te torna menos anônimo. Pelo menos não no sentido de dar peso a um argumento de autoridade.

    Eu não tenho problema com o anonimato. Na verdade, não apenas, para todos os efeitos, eu posso ser considerado anônimo nesse blog para quem não me conhece pessoalmente, como eu adoro minhas anonymas.

    Mas não vou achar que o argumento “eu sei porque pratico o taoísmo” possui algum peso para fins de debate e convencimento, por isso, eu excluí o mesmo de qualquer consideração.

    Quando me refiro ao Tao, uso o sentido do Tao Te Ching, “Caminho”. Conjunto de preceitos filosóficos. Seria mais correto falar em “o mito da Criação do Taoísmo”?

    Provavelmente.

    Mas o ponto relevante para fins do texto é que o mito criador em questão também é de organização num sistema de base dois feito de cheio e vazio, 0 e 1, forma e substância e por aí vai. Da forma como eu entendo hoje todo o manifesto é feito da combinação Ser com o Não Ser. O que dá para a matéria e para a energia (distinção meio ultrapassada) suas diferentes propriedades a sua forma (como a energia se condensa, vales e cristas das ondas, etc). E forma é a combinação entre Ser e Não Ser, sabendo-se que Ser e Não-Ser não são estáticos, mas em movimento, e que os opostos só existem em cotejo.

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    • delphinus lightbubble says:

      Quando me refiro ao Tao, uso o sentido do Tao Te Ching, “Caminho”. Conjunto de preceitos filosóficos. Seria mais correto falar em “o mito da Criação do Taoísmo”?
      ——————-
      véio, o caminho não é yang e yin apenas como definiu o TAO, ele não é dual, ele não é sequer conceitualizavel, vide o daodejing, o tao q pode ser nomeado/definido, não é o tao mais. Por isso que um daoista sempre vai usar de operação mindfuck para relembrar isso. Mas se para vc o tao é o taiji, q seja. agora dizer que tirou q o tao é o taiji do daodejing por ele ser o caminho, é forçar.

      e sim, eu sei pois pratico taoísmo, sento em lotus e pratico o taoist yoga, sei q devo focar na luz no centro do wuji, pois o wuji não é “vazio” tb, pois é o q está escrito nas receitas alquímicas do livro, e q são as mesma que lao tzu praticava, e que são guardadas pela tradição do portal do dragão e pela linhagem do mestre zhang na china, etc, etc… e não falei para oprimir ou ser o senhor da verdade, compartilhei o entendimento de um taoísta sobre sua visão em que associa o TAO ao TAIJI, e não o classifiquei d errado, pecador, :D :D, demonho coisa ruim, só afirmei que não é por ai, primeiro pq o tao q pode ser nomeado não é o tao, BINGO! :D, segundo que o caminho, como quer chamar, é um processo composto pela trindade jing chi shen, e os movimentos do parir dessa trindade vinda do wuji (q não é vazio pois há uma mini luz em seu centro onde o praticante deve focar ;) são composto pelo par yang e yin, q formam as 10 mil (infinitas) coisa do taiji (a realidade manifesta).

      ou seja, vc diz q vim e usei de “autoridade por ser taoista”, ok, mas veja só, eu não disse “vc está errado” eu argumentei. eu usei de autoridade ou argumentei o pq do erro, para um taoísta praticante, ui! :D, de reduzir o TAO ao taiji? ;)

      e se anonimo não é problema, qual o problema então de ouvir outro ponto d vista por um anônimo? :D

      e o “mito de criação” taoísta dificilmente é o mesmo que o cristão, é mais próximo do inverso da espiral de fermat! :D seu oposto seria uma espiral divergente e que cresce ao infinito por não negar nada q flua no tao, qnão é o centro, qual numa espiral d fermat, via wuji (fonte d shen) -> chi (yang/yin em dança) ->taiji (materialização d jing), em sua essencia, ou outros, como o gnóstico cristão. No tao não há desperdicio, pecado, erro, que levem ao inferno e não há negação do mundo material em nome d uma transcendencia, pois o transcendente a tudo, até hitler! :D :D, inclui.

      O que tentei deixar claro é que aquilo que não praticamos não entendemos e só deduzimos, e dedução levou o peru da fábula do Bertrand Russell pra mesa na ceia de natal! :D Vc não conhece o taoismo e seu sistema, pois não o vive. E isso é fato pra mim. E isso não é crime! :D Como eu não conheço os métodos de um santo cristão para se tornar santo e ter tão quantidade pura de shen (luz), e isso é fato e só posso deduzir, pensar, simular o que é o misticismo real do cristianismo! ;)

      Se somos “definidos” pelo que fazemos, oras, qual a melhor forma de entender algo do que pratica-la diariamente? :)

      mas se pro seu túnel, o TAO=TAIJI, pq viu no tao te king, q deixa claro que o tao que pode ser definido não é o tao, ok! :)

      mas q é divertido é! :D

      é como um amigo meu coloca num poema dele, se a espiritualidade não é prática, é auto-ilusão! pragmatismo espiritual all the way :D

      #55
      Não nutro fé
      :espirro energia a esmo.
      :a fonte é sem fim ou início.
      Sim nutro intuição
      :a copular momentos.
      :ignorem-se e esqueçam-me.
      :sigam a seta que gira a esmo.

      Ah!
      Miríades de Eus,
      todos sendo um,
      escravos da experiência,
      (alheia),
      diluam a presença
      do azul índigo do Deus Tempo,
      em formas ordenadas na hierarquia da mente que a tudo prende.

      e digo mais!
      apenas um louco e descrente sente a amplitude da qualidade que não quantifica,
      mas que a tudo e a todos santifica.
      Receita para encontrar a divindade dentro d si?
      :pragmatismo espiritual
      :ativação real da pineal

      (o resto ou é ciência destrutiva ou misticismo auto-iludido)
      -guto novo (www.letrasolta.com)

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      • Anarcoplayba says:

        Cara, de novo, eu estou desconsiderando se você pratica, não pratica, é chinês, japonês ou koreano.

        Cara, eu não estou falando da prática taoísta.

        Eu não estou falando d’O Tao. Ou to Taiji. Ou do Wuji.

        Eu estou falando do mito de criação do universo manifesto. Discorda? Ok. Mas para mim é irrelevante se você pratica ou não, o quê ou não.

        O meu objetivo é encontrar o Mínimo Múltiplo comum dos mitos. Te incomoda a ponto de vir aqui e falar que eu estou usando o termo Tao de forma equivocada? Sinta-se livre para escrever o quanto quiser, mas, duas coisas:

        1) I don’t give a damn para se você pratica ou não. Quer argumentar, argumente, mas sem argumento de “eu sei porque eu faço” porque isso, pra fins de debate, é irrelevante.

        2) Quer discutir etimologia? Os termos técniccos? Ok, eu não. Pra mim uma rosa por qualquer outro nome tem o mesmo aroma.

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  • delphinus lightbubble says:

    e, anarco, taoismo prático, leva a isso:

    .youtube.com/watch?v=Vy-1GU4sfdw

    youtube.com/watch?v=ZkYWWyfbe7k

    youtube.com/watch?v=2oijgWUb8xM

    na parte de saúde e emissão de chi e muuuuito mais na parte física e espiritual. É uma parte do TAO que não dá pra explicar… só experimentar.

    sequer dá pra matematizar, quantificar, mas não vou divulgar o esquema musical q é a base pro “mito de criação” taoista aqui! :D :P

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  • delphinus lightbubble says:

    “Mas o ponto relevante para fins do texto é que o mito criador em questão também é de organização num sistema de base dois feito de cheio e vazio, 0 e 1, forma e substância e por aí vai. ”

    mais uma vez, os taoistas não tinham o ZERO! ;)

    é assim o 1 não é número pros pitagóricos, q ao menos na escala musical com intervalos não simétricos eram similares aos taoístas! :D, o 1 não é um número, pois é uma ponte entre o incomensurável (q pra nós seria representado pela raiz quadrada d dois) e tudo começa do 2 que é a manifestação do mistério além do incomensurável.

    O 0 tem função se vc não usar apenas razões, proporções para criar seus sistemas, q era o caso pitagórico ortodoxo (via oq pode-se inferir por seu uso d escalas não simétricas em musica) e no taoismo.

    saca?

    num to sendo autoritário, mas o tao=taiji e o dual= 1 e 0, num se encaixa na cosmovisão do taoísmo, infelizmente.

    ok q tem gente ai associando taoismo, iching com fractais em simpósios de ciencias “ocultas”, ui! , etc, mas eles sentam em lotus por quatro horas direto sem dor? q é o caminho d lançar os cinco pontos rumo à fonte ao se tornar um tetraedro, a forma geométrica mais simples q há? que pode ser criado por triangulos com razão 2:3:4, que são as razões dos opostos complementares, mas assimétricos, logo q não se encaixam no anel comutativo d nossa matemática, da música taoísta, o 2:3, lu yang, e o 3:4, lu yin? q é o q é descrito como o mínimo nas receitas d alquimia interna para se realizar o tao,ok q naquela linguagem poética maluca q é alquimia!! q é o q o mestre zhang, q é da linhagem de lao tsé, ensina, que é o q o dr.ian xin tb pratica, etc, etc… saca? to dando uma visão, q calha d ser diferente da sua, e não to sendo “anonimo autoritário”, to compartilhando um tunel de realidade de alguém que pratica, e experimenta, o que o taoísmo conceitualiza, sabendo-se que o Tao que é definido, não é o tao, q tá no mesmo tao te king q vc usa pra definir que o tao é o taiji! :D loco não? :)

    não somos oq manifestamos? e oq manifestamos é via oq praticamos?

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    • Anarcoplayba says:

      Cara, eu sou brasileiro e nasci em 1982. O Zero tinha sido descoberto/inventado há alguns séculos e, para fins de texto, eu me sinto bem mais confortável em usar 0 e 1 que escrever Ying e Yang, até mesmo pq, eu não vejo um motivo muito bom para ignorar algo que, hj, faz parte do meu universo.

      Que a prática do misticismo oriental tem sua utilidade e resultado prático? Sim, tem. Desde o Qi Gong no centro de São Paulo e o “Mestre” De Rose, até um velhinho desconhecido no meio do nada que é o último repositório consciente de um conhecimento imutável.

      However, embora a simbologia e numerologia (?) taoísta/pitagórica seja relevante para o que vocês praticam, o texto não é sobre isso.

      Mano, vc percebe que estamos há algumas horas discutindo algo que NÃO é o tema do texto? Que estamos discutindo a moldura do quadro?

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  • delphinus lightbubble says:

    veja só, o yang é 2:3 e o yin é 3:4, não 0 e 1, e o wuji, é sem forma, não é vazio, pois como está escrito nas receitas vindas da escola da realidade absoluta, q é guardada pelos do portão do dragão, por onde passa mestre zhang (qigongmaster.com) q é da linhagem d lao tse, como está escrito nas receitas alquimicas do taoist yoga, ao atingir o wuji, q seria similar ao extase do nirvikalpa samadi, ao atingir o wuji vc deve focar na luz que está em seu centro… logo, se há algo no wuji, o sem forma, ou tb chamado as vezes d mãe dos dez mil seres, se há uma luz em seu centro ele, o wuji, não é vazio, é? ele é o zero? não pode ser. pois é desse wuji, q chamamos d “vazio” aqui no ocidente, que contém uma luz ,q há origem do taiji.
    dai numericamente o yang estar associado pros taoistas com o 2:3, o .666, :D :D, q é o principio yang e a quinta perfeita na música oriental, e o principio yin com o 3:4, quarta perfeita, e esses dois formam a totalidade do taiji, q é o 1:2 na musica oriental e na escrita por razões/proporções vindas da musica, tanto pro chines quanto pro pré-socrático pitagórico orotodoxo! :D

    leia esse artigo do taoísta praticante (com palacio celestial, pineal, ativa) drew hempel:
    In contrast music theory, based on logical inference, uses listening to complimentary opposites, 1:2:3:4, as proof that the foundation of reality is female consciousness with the male number 1 as an infinite resonance creating an octave, 1/2, that expands in frequency through the perfect fifth or 2:3 or yang, inverting to the perfect fourth or 3:4 as yin. In western music theory this is taught as the “circle of fifths” so that the perfect fifth or 2:3 starts with C to G then continues to finish the octave C through the 12 notes of the scale. C-G-D-A-E-B-F#-C#-G#-D#-A#-F-C. This return back to “C” again ignores the empirical fact that the perfect fifth overtone inverts into the perfect fourth interval – through complimentary opposites, a dynamic that can be heard in music. So if you have a string marked into 1/2, 1, 3/2 and 2, a node at 3/2 actually is 3/4 of the string. Or you could start the string with zero, and again a node at 2/3 is 3/4 of the string. Similarly a node at 3/4 is 2/3 of the string. What’s important is the yin-yang dynamic of this complimentary opposite harmonic thereby creating alchemy.

    ele define bem pq o ZERO não faz parte da cosmogonia taoísta, nem d seu sistema binário! :)
    http://www.mind-energy.net/archives/264-Against-Archytas-How-the-West-Lost-Alchemy-or-Paranormal-Complimentary-Opposite-Harmonics.html

    espero ter sido menos “autoritário” com meu taoísmo prático com essas explanações! :D

    KALLISTI!

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  • delphinus lightbubble says:

    :D :D
    “However, embora a simbologia e numerologia (?) taoísta/pitagórica seja relevante para o que vocês praticam, o texto não é sobre isso.”

    :D

    num é numerologia pitagórica, isso é fruto de gematria, gematria é paridade numero e letra, q vai com o conceito d anel comutativo q é o oposto do anel não comutativo da escala musical q é usada junto ao “mito de criação”, cosmogonia taoista.

    a questão é, já q a diplomacia não é seu forte:
    1.vc afirma que o tao é binário devido ao yang e yin. Só que o próprio tao te king de onde diz ter tirado isso diz q o tao não pode ser classificado, descrito nomeado, poder pode, mas não é o tao.

    2.vc usa o exemplo de associar 1 e 0 com o yang e yin. mas se estudar etnomatemática, o 0 não existia para os taoístas, então como o sistema binário deles é como descreve? e há uma diferença enorme em ter um sistema binário com 1 e 0 e um sistema binário com 2:3 como yang e 3:4 como yin.

    3.vc insiste em querer aplicar sua visão já pré-formada de que toda cosmogonia religiosa tem o mesmo principio e ponto em comum e para isso caricaturiza a que não pratica, não entende e se acha no direito de deformar. Leia a critica do Hakim Bey ao multiculturalismo. Vc fez aqui o mesmo q ele descreve lá. :D :D

    ok, o “mito de criação” do TAO é binário, com 1 e ZERO, é similar ao cristão, e vc quer ir além dele e curar corações de tietes! :D vá fundo valadão! :D :D

    mas fica a dica, a gente navega melhor quando fala do que REALMENTE conhece e pratica. ;) o resto é vaidade. :D :D

    abraço e valeu a conversa. :)

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    • Anarcoplayba says:

      “num é numerologia pitagórica, isso é fruto de gematria, gematria é paridade numero e letra, q vai com o conceito d anel comutativo q é o oposto do anel não comutativo da escala musical q é usada junto ao “mito de criação”, cosmogonia taoista.”

      Cara, você não entendeu AINDA que eu NÃO estou interessado nos seus estudos/práticas? Que eu não ligo pra Pitágoras NESSE texto? Que as minhas práticas NÃO são TAOÍSTAS? Que a razão áurea, triângulos, gematria, numerologia, alquimia taoísta, ou que caralhinhos voadores seja o amor da sua vida e a filosofia que você escolheu para seguir NÃO é o objetivo deste texto? Que a simbologia que você use, qualquer que seja, é irrelevante pra esse texto? Que se você acha que usar 0 e 1 como símbolos é errado, porque os taoístas não tinham 0, o papa proibiu, seu teclado quebrou ou o zero representa Voldemort, aquele que não deve ser nomeado, você pode achar o que quiser, quando quiser, o quanto quiser, mas que não é o ponto do texto?

      CARA, de boa, se você quer escrever longos comentários sobre a harmonia musical, o Tao, a vida, 42 e tudo o mais, velho, sinta-se à vontade, mas o texto NÃO é sobre isso, eu NÃO estudo música, eu NÃO pratico meditação taoísta e eu NÃO pretendo ficar NUNCA na minha vida em posição de lótus olhando pra um ponto branco no meio de uma rodinha por quatro horas seguidas.

      Agora o que eu estou falando SIM é que até onde eu sei, os mitos criadores que eu conheço, envolvem um caos primordial que se organiza em pólos de opostos. Existem mitos criadores que não são de organização bipolarizada? Provavelmente. Mas eu não conheço, eu continuo enxergando semelhanças na Teogonia, no Gênesis e na sequência Wuji>Taiji.

      Agora, de boa, com todo o respeito e carinho que eu tenho por pessoas que estudam coisas que eu não estudo, mano, se você quer debater música, ou qualquer coisa mais mística/magística/ocultista ou o que quer que seja, esse blog NÃO é o melhor lugar pra isso, porque o meu objetivo não é discutir magia/ocultismo/filosofia que, no fim, tende a ser uma tentativa levemente fútil de comparar bibliotecas, graus, iniciações em ordens discretas/secretas, etc, etc, etc que, ainda que seja algo útil em algum aspecto que eu ignoro, não é algo que eu quero pra minha vida e vai causar um benefício marginal ZERO pra isso aqui.

      Então, repito o que eu disse a outras pessoas: a porta está aberta e eu não modero isso aqui, mas meu objetivo não é aprofundar nas consequências cosmológicas, místicas, simbólicas de talar que o Tao é binário.

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  • delphinus lightbubble says:

    Mano, vc percebe que estamos há algumas horas discutindo algo que NÃO é o tema do texto? Que estamos discutindo a moldura do quadro?
    ——-
    se não percebeu que esse falorio todo coloca na berlinda a idéia de q tudo é “dialética” e que é por falha cognitiva, q é um dos temas d seu texto, não posso fazer nada, véio.

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  • delphinus lightbubble says:

    Agora o que eu estou falando SIM é que até onde eu sei, os mitos criadores que eu conheço, envolvem um caos primordial que se organiza em pólos de opostos. Existem mitos criadores que não são de organização bipolarizada? Provavelmente. Mas eu não conheço, eu continuo enxergando semelhanças na Teogonia, no Gênesis e na sequência Wuji>Taiji.
    ———–

    ok. mas isso não significa que o TAO seja o TAIJI, que o TAO seja binário, pois com o TAO a soma do conjunto é maior que as partes,

    mas vc me chama d autoritário, e para demonstrar q não to dizendo que é assim pq sou taoista e sei, eu argumento pq o TAO não é binário, muito menos o taiji (dinamicas yang-yin), e vc insiste que é…. e desvia o assunto do fato que usou erroneamente um conceito taoísta, e vem com papo de que num é tao assim, “adjetivo”, tao substantivo….

    mais uma vez, se quer usar erroneamente o conceito do TAO para se adequar a sua idéia de que do caos veio a ordem, saiba que o wuji e o taiji existem simultaneamente… mas não vou entrar no mérito, pois vc é extremamente infantil em sua defesa do uso errado de conceitos de sistemas que conhece superficialmente.

    parabéns. :D :D continue assim com essa atitude de “eu sei tudo”, pois vc não conhece o “mito de criação” taoísta, por mais q não queira ouvir que não, pois sua base é musical, e nem música conhece! :D e sei lá se realmente conhece os outros ou os está “caricaturizando”, no mesmo estilo q o sistemão faz com culturas marginais na critica ao multiculturalismo do hakim bey, como fez ao taoismo. :D :

    Mais uma vez, aquilo q não vivemos, que não experimentamos não conhecemos realmente, anarco, e vc além disso é arrogante e desvia o tema para dizer que eu sou primeiro “anonimo”, depois vem com o papo cliche de “autoridade”, depois que não estou comentando sobre coisas contidas em seu texto, tudo para continuar a afirmar que tem uma “definição” do que é o TAO e que ele é o TAIJI e depois, pra não discutir sua visão TAO=TAIJI muda o foco pro wuji-taiji… sim, pra didatismo separa-se em wuji-taiji, só que é uma coisa só, sendo q WUJI e TAIJI existem simultaneamente, como um sistema d onda estática com polos assimétricos dando o movimento da onda estática, pois para o taoísta o foco é a onda estática, é o fluxo e não os polos. isto está no tao te king e no hua hu ching, conhecido como “classico para educar os barbaros” :D :D :D Afinal, separou, a coisa não é mais ela mesma e dificilmente voltará a se-lo.

    Agora, como vc é defensor de coisas que insiste dizer que achou no tao te king e que infelizmente não estão lá, deixo esse trecho onde o hubert dreyfus, puta filósofo, explica pq o terrence malick deixou de lecionar, por ele, malick não conhecer emocionalmente aquilo que lecionava.
    “He was teaching my Heidegger course at MIT at one point and got to the part on anxiety and discovered he wasn’t experiencing anxiety. So he couldn’t talk about anything. He just stared off into space for about ten minutes, making the class and me who was auditing it at that point very nervous. So he gave up teaching that day and became a movie director because he felt that to teach Heidegger you had to actually be experiencing what Heidegger was talking about if you’re going to do the phenomenology right and that’s more than he could do and certainly more than what I can do.”

    saca? se vc não conhece, pq inventar e adaptar tudo numa salada só? isso é ser honesto com a cultura, com o sistema alheio? e se é dificil para vc aceitar que usou conceito alheio d modo confuso, onde pra vc TAO=TAIJI (dinamica yang-yin). Ok. Só me mostra que não devo sequer levar a sério suas definições dos outros sistemas religiosos! :D :D :D

    e pode continuar com sua técnica d desviar o fato q só estou questionando sua visão de TAO=TAIJI, pode me acusar do que quiser, q pra mim ficou claro que tipo de anarco vc é. :D

    KALLISTI!

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  • delphinus lightbubble says:

    Existem mitos criadores que não são de organização bipolarizada? Provavelmente.

    fica a dica: pesquise pelos koi-san, 80mil anos d nossa cultura humana, ali vc tem sistema trinário, é matrifocal, não patriarcal, etc, e estude taoísmo além das traduções ocidentais q achavam q era uma forma de “cristianismo” chines, e verá q não é binário o DAO.

    ou pode continuar achando e cantando que o TAO é o TAIJI e q a cosmogonia taoísta é binária! :D :D

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  • Nina says:

    Confesso, desisti de acompanhar toda a discussão nos últimos 100 metros.

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