Faze o que tu queres. – O Julgamento, Parte III.
July 19, 2010 § 24 Comments
Ok, retomando: A vida é um jogo, e tudo é permitido, mas nem tudo me convém são duas frases que resumem com muita simplicidade o que eu penso da vida.
A Vida é um Jogo: um conjunto de Players, sujeitos a um conjunto de Leis, que se valem de Estratégias para obter Payoffs.
Payoffs são os objetivos. As metas. E pode ser tudo o que você quiser, de conquistar o mundo a comprar jujubas.
Por outro lado, tudo é permitido, mas nem tudo me convém: quer desobedecer leis? Você pode. Mas pode ser que você esteja sujeito a retribuições, que vão desde um afastamento de algumas pessoas ante seu comportamento anti-social a ver o sol nascer quadrado e sonhar com a Liberdade junto a tantos outros que sonham com a Libertadores.
Falta, basicamente, um último elemento para análise: Estratégia.
A Estratégia, basicamente é um padrão de comportamento que norteará suas escolhas. Um pré-conceito, grosseiramente falando.
Agora a coisa começa a ficar realmente legal.
Primeiro, seu cérebro é uma maquininha de preconceitos. A mera repetição de um padrão gera um preconceito. Não ter preconceitos já é um preconceito para com os preconceitos.
Segundo, como você deve escolher?
Como você quiser! Nas primeira páginas do livro de Teoria dos Jogos que eu comecei a ler eles distinguem em dois tipos de escolhas: Sinceras e Estratégicas.
A Escolha Sincera é aquela que não se preocupa com o movimento seguinte: “Vou fazer isso porque É CERTO”.
A Escolha Estratégica é aquela que é feita em função do movimento seguinte: “Vou fazer isso porque VAI DAR CERTO”.
As duas são possíveis. As duas são válidas. E você pode escolher uma, outra, ambas ou nenhuma. Se você não decide, depende da sorte; se usa uma ou outra, corre o risco de se tornar um idealista ou um jogadorzinho (assim, no diminutivo mesmo).
Eu escolhi ambas porque não vejo porque me limitar.
Outra coisa: estratégias não precisam (e pelo que me consta não devem) ser imutáveis. Tá dando errado? Mude a estratégia, vire a mesa, vire o jogo, mude a razão. Não ter uma estratégia, não ter um paradigma comportamental é tão ruim quanto não mudar uma estratégia ineficaz.
E onde entra o Julgamento nisso?
Toda escolha é um julgamento. Todo Julgamento tem uma Lei. Uma Razão. Julgar é manifestar uma Razão na Terra.
Se você não Julga ou você não tem Razão, ou não está na Terra, ou é Omisso.
Agora, com calma.
Existe uma distância muito grande entre julgar e condenar. E a diferença é simples e clara: você precisa julgar um comportamento como nocivo tanto para tentar ajudar alguém a melhorar quanto para condenar alguém.
Quem funda uma ONG de desintoxicação de viciados em crack julga tanto quanto quem fala que “fodam-se: eles merecem mesmo”.
Dois julgamentos.
Duas sentenças.
E outra coisa muito importante, que é muito relevante especialmente em relação ao que a Petite disse: Você olha pro mundo da forma que você olha pra si; você vê o mundo da forma como você se vê; você julga o mundo da forma que você se julga; você condena o mundo da forma que você se condena; e você perdoa o mundo da forma que você se perdoa.
E onde entram as emoções nisso?
Escolha.
Emoções fornecem um padrão de escolha. Não estou falando que elas são um bom padrão de escolha. Eu tenho minhas dúvidas.
Mas seus sentimentos são muito mais difíceis de controlar que sua razão. Lembra da Mecânica dos Fluidos? Como disse o Guiga: você pode até tentar comprimir fluidos, mas se você soltar… dá merda.
As pessoas acham que “escolher com o coração” vai resolver todos os seus problemas. Bom, vai, se você tiver um bom coração.
Se não tiver, vai causar muito mais problema.
Seja você mesmo, mas primeiro, seja o seu melhor.
No fim, você pode escolher os objetivos, pode escolher as estratégias e pode até mesmo escolher uma boa parte das Leis.
Agora eu pergunto: como você escolhe?
Você deixa de lado a Moral (mera casca de ética) que te impõe e usa a razão que você tem, ou você deixa escolherem por você, travestindo sua Preguiça de Virtude?
“Você deixa de lado a Moral (mera casca de ética) que te impõe e usa a razão que você tem, ou você deixa escolherem por você, travestindo sua Preguiça de Virtude?”
Ouch!
Um pequeno detalhe que talvez faça toda a diferença: “Seja você mesmo, mas primeiro, seja o seu melhor.”
Metas melhores, estratégias melhores, emoções melhores –> do seu melhor. Aqui talvez as emoções sejam muito mais úteis. Sofrimento mimimi geralmente é mesquinho, egoísta. E olha que eu tenho know-how para falar sobre isso! rsrsr
Sofrimento e angústia, definitivamente, não é o seu melhor. Você pode mais do que isso. Just do it.
Boa trilogia, Tarso! ;-)
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Deixei concluir a trilogia para saber se eu teria algum comentário a respeito. Não tenho. Pq aquela discussão, para mim, não era sobre julgar com base numa moral, n era sobre dizer se uma pessoa agiu certo ou errado com base no julgamento particular de cada um. Como falei e repeti, julgar todos julgam. Alguns manifestam mais, outros menos, atribuem mais ou menos importância a uma atitude ou outra, são mais ou menos ácidos nos julgamentos, mas faz parte.
O que se discutia ali ia além, discutia-se sobre caráter. Sobre afirmar as motivações que uma pessoa teria tido para agir como agiu; ou, antes, afirmar que teria agido de tal forma como sequer se sabe se agiu.
O que vc fez foi partir dos seus julgamentos para desenhar (e preencher com giz de cera) um caráter. E então, sim, a isso vc quis aplicar um verniz de virtude. Que tipo de pessoa seria se n tivesse coragem de dizer o que pensa, não é?
Se o que fez n foi condenar, Tarso, então n sei o que seja condenar.
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Condenar é impor punição. Agora você sabe o que é o significado técnico de condenar.
Karina, não tenho problema algum em deixar você viver no seu politicamente correto e seguro mundo em paz. Retribua o favor.
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SEU significado restrito de condenar eu conheço. mas é tudo sobre como vc pensa. claro. o espaço é seu, e n tinha que trazer a discussão para cá.
pode continuar em paz.
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Não entendo Ká… quando vc julga, vc já está, indiretamente ou até mesmo diretamente, colocando o status “certo” ou “errado”. Ou suas variáveis mais complexas: “adequado” e “inadequado”, “coerente” ou “incoerente” etc. Dizer que foi certo ou errado é um julgamento comum e necessário, pois é ele que vai te aproximar ou afastar de determinadas atividades, pessoas, lugares, etc.
Discussões sobre carácter: vai na mesma linha. São os mesmos julgamentos. Seu cérebro analisa comportamentos e de forma não tão consciente já sai identificando padrões que você associa com algum nome dado pela sua cultura. O que você vai fazer com esse julgamento, é uma outra história.
Estamos usando uma série de termos subjetivos aqui, e é importante sim deixar claro o que cada um quer dizer com a palavra que usa. Por exemplo, na discussão um pouco à frente, discute-se as diferenças entre criticar, analisar e julgar. O que queremos dizer com cada termo?
Tarso trouxe a definição de punição. Estariam usando outras? Quais? Julgar de forma não positiva é NECESSARIAMENTE condenar?
Vamos supor que Fulano cozinha uma comida muito, muito gordurosa. E eu julgo isso errado. Mas, whatever, essa pessoa vem de uma cultura cuja alimentação é assim. É diferente da minha. Estou condenando o sujeito?
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Nina, depois de td que eu já falei n sei se ainda há o que ser dito. Já coloquei pedra na discussão do assunto faz tempo, mas ontem fui ressucitar o imbróglio em torno das nossas formas de pensar, e deu no que deu.
Qt ao seu primeiro páragrafo, concordo, é isso.
Qt ao segundo, n vejo assim, n penso assim, meu cérebro n funciona assim. Não existe essa ligação automática entre eu considerar tal atitude certa ou errada e, ato contínuo, deduzir que a pessoa seja mau ou bom caráter.
Qt aos conceitos, n tenho qq problema com o fato de alguém ter um conceito de condenação bem pontual. O problema, para mim, é que esse conceito específico faz entender que se vc n pune então não está de maneira alguma praticando um mal.
Há várias formas de se condenar alguém, e para mim isso n está atrelado a ter alguma influência na vida da pessoa, único meio possível de levar a cabo uma punição tal como foi colocada.
Meu conceito é abrangente? deve ser. Mas pensar diferente n me acrescentaria nada. Se é politicamente correto, n sei. Seguro? gostaria que fosse. Mas é assim que é.
—-
Tarso, mais uma vez, desculpe a invasão do espaço ontem. Não pelo comentário todo, mas pelo 3º parágrafo, que acabou soando mais agressivo do que deveria ser uma discussão de ideias.
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Ká, eu deixei a discussão morrer ontem pq n é legal pra ninguém deixar o âmbito das idéias e partir para os interlocutores, mas, apenas para clarear:
A Discussão que eu vinha tendo no FH naquela sequência de posts tinha 3 níveis.
1º: Birra minha com o FH. Ele é machista sim e tudo o que eu teria a dizer é: Se ela fosse feia, o texto teria sido escrito? Du-Vi-Do. Agora vc me diz: “Mas vc está julgando o caráter dele?” De certa forma, estou sim. Não é o primeiro texto nesse sentido. (vide a gostosa do citibank, etc)
2º: Esse foi o que me impulsionou a me meter e fazer acrítica acima: Pessoas santificando a Eliza por causa do crime do Bruno. Reitero: O que ele fez é crime. O que ela fez é imoral. Uma coisa não justifica a outra, nem acarreta no “ela merece” que foi um sofisma lá utilizado. Caramba, será que não dá pra olhar a coisa pelos dois lados?
3º: Essa discussão aqui. Podemos julgar os outros? Analisar o caráter alheio? Reitero minha opinião: É MUITO importante você analisar e sentir o mundo ao seu redor e se comportar de acordo com isso. O Maníaco do Parque teria feito muito menos vítimas se estas fossem melhores em julgamento de caráter.
Nesse aspecto, embora eu admita que eu me exaltei na discussão lá, eu reafirmo: Mentiroso é quem mente; assassino é quem assassina; estelionatário é quem pratica estelionato; e golpista é quem aplica golpes.
Minha conversa com você vai sempre girar ao redor do “não tenho o direito de analisar os outros”. Tem sim. Por que não teria? Tem alguma Lei que proíbe? Qual? Essa Lei é cogente? Qual a pena? Qual o imperativo categórico que diz isso? Se você pode, por que não exercer?
É sobre isso que eu estou falando: o Poder você tem, e usa como quiser. Você prefere se abster pelos seus motivos. Eu prefiro exercê-lo pelos meus. Cada um tem a sua razão. A pergunta é: Devemos parar onde estamos?
(E a primeira pessoa do plural foi intencional).
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Ok.
1º: nada a dizer pq n entrei nesse mérito lá.
2º: idem.
3º: o maníaco do parque teria feito menos vítimas se elas tivessem sido melhores em avaliar a situação. Houve aproximação, uma apresentação, um convite, e pronto, prato cheio. Caráter elas n tinham como avaliar. Caráter vc avalia com alguma base. O que ele fez é o que os caça-talentos fazem, e aí?
Deixa só eu fazer uma obs. que me ocorreu agora e que talvez ajude muito.
Lá em cima vc falou que julgar alguém machista seria um julgamento de caráter. É sim, mas não dentro do que estou falando. E agora me pergunto se essa indefinição pode ter complicado todo o entendimento do que estou querendo dizer, e por isso a dificuldade.
Qd falo em caráter, falo em índole. Boa ou má índole. Não aspectos do caráter como assemelhado à personalidade, mas a essência dele.
Acho que dava para entender que era a isso que me referia a partir de tudo que falei, mas como eu mesma só cheguei a essa delimitação de termos agora, enfim, talvez facilite as coisas.
Ser golpista é um traço negativo de caráter. Ponto.
Se n sei se houve um golpe, n sei se era golpista; logo, n sei se era mau caráter. Afirmar que seja golpista, para mim, é condenar mesmo sem aplicar punição.
(a resposta continua no post acima, que tem a ver)
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Ok: Não existem pessoas boas ou más. Existem relações positivas ou negativas. Talvez nem isso.
Nesse ponto eu até concordo com vc: falar em mau ou bom caráter é errado. Quem nunca ouviu falar em péssimos maridos e bons pais? Péssimas amigas e ótimas profissionais? E por aí vai. Ótimos filhos e péssimos irmãos?
Existem exemplos históricos de torturadores que eram pais de família extremosos.
Eu posso falar das minhas análises quanto a pessoas. Alguém que aplica um golpe da barriga (que pra mim é o ocorrido na situação, dados todos os elementos envolvidos) é uma pessoa com a qual eu n quero me relacionar. Alguém que não analisa a si mesmo e o mundo ao seu redor é uma pessoa indiferente pra mim. Um machista é uma pessoa com a qual n faço questão de me relacionar.
And so on.
Estamos o tempo todo em relações dinâmicas. Nos aproximamos de pessoas por motivos, nos afastamos por outros. E nossas escolhas são motivadas pelos mais diversos motivos, que variam de opiniões, rótulos, comportamentos e, até mesmo… a intuição.
Quer um exemplo? Gente que critica os outros pelas costas pra mim perde pontos comigo. Eu acho que nada impede que ele faça isso com todo mundo e tendo a me afastar.
É um julgamento. Talvez precipitado. (Vai que o “fofoqueiro” confiava em mim e só falou comigo?)
Porém, temos que fazer escolhas, e eu decidi escolher de acordo com minhas análises. Pode ser falho, mas é o melhor que eu tenho. E pra melhorar, precisa de treino.
Eu estou analisando no caso que deu origem à discussão, o aspecto limitado que é o que influi na minha vida porque, novamente, eu não conheço nenhum assassino (que eu saiba) e conheço uma caralhada de golpistas. Ou wannabe golpistas ao menos.
Pra mim é um exercício relevante esse, de olhar pras coisas ao redor (pq ela mudou para o RJ pra viver de mesada dele?) e fazer minha análise.
Se ela é boa filha ou má filha, se carinhosa ou não, não sei. Mas eu não sinto isso. Preconceito? Talvez. Ou talvez por ela ter mudado para o RJ para morar em hotéis pagos pelo Bruno.
Mas nisso eu repito: fazemos nossas análises, e elas mudam com o tempo ou não.
Você disse na discussão lá no FH que “eu n tinha elementos para traçar essa análise”. Não tinha mesmo. E duvido que algum dia nós tenhamos o conhecimento absoluto de forma a emitir a Análise Final.
Isso é motivo pra não analisar? Eu discordo. Quem não analisa vive de sorte. E isso eu não quero.
Tomamos nossas decisões e construímos nossas opiniões com as informações que temos no momento. Pode ser que elas mudem, mas esperar o momento perfeito n resolve nada.
E foi aí que discordamos, se bem me lembro.
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“Alguém que aplica um golpe da barriga (que pra mim é o ocorrido na situação, dados todos os elementos envolvidos) é uma pessoa com a qual eu n quero me relacionar. Alguém que não analisa a si mesmo e o mundo ao seu redor é uma pessoa indiferente pra mim. Um machista é uma pessoa com a qual n faço questão de me relacionar.”
EXATO! é esse o ponto! analisamos e julgamos para nos resguardarmos, senão é tudo vão. Se eu fosse indiferente aos casos de estupradores, poderia ser mais uma vítima fácil amanhã. Se vc fosse indiferente aos golpes da barriga, sequer cogitaria que isso pudesse acontecer e seria uma vítima em potencial.
Se o caso em questão envolveu ou não golpe da barriga é só mais um elemento, Tarso. Se n foi, n significa que n exista o golpe. Assim como afirmar que foi não é o que vai te tornar mais atento ao mundo ao seu redor. Não é essa a lâmpada que vai piscar na sua cabeça.
Como disse a Petite, vc foi cirúgico agora. Que diabos acrescenta à sua vida dizer que a garota era golpista?! Pelo andar da carruagem, vc n corre sequer o risco de tê-la passando a meio metro de vc.
Para mim é condenação e condenação gratuita.
Nosso tempo de analisar é sempre, é contínuo…
por isso digo que está errado qd conclui que o que venho falando é o mesmo que “julgar é errado” ou “não posso analisar os outros”.
Não me entra na cabeça essa associação, mas enfim, não tenho como nem pq me esforçar mais para tentar fazê-lo entender.
(desisti da continuação da resposta no outro post. mas a Nina fez uma colocação lá que depois comento. achei interessante)
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mais um ponto:
qualidade de pai, mãe, irmão, marido e mulher n define a índole de ninguém. o que define é a qualidade de pessoa.
“Existem exemplos históricos de torturadores que eram pais de família extremosos.”
pois é. Por isso preferi falar em “traço negativo de caráter”. Ninguém é de todo bom nem de todo mau.
acho que é uma forma de resumir e facilitar um ponto que deve ter muitas variáveis. mas que é verdade, é. ninguém é de todo bom nem de todo mau.
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Não acrescenta nada, Karina, mas você me pergunta o que me acrescenta, eu te pergunto: pq me abster?
O argumento “ela morreu mesmo, que descanse em paz” é mais um imperativo categórico que a gente ouve desde criança. Como se criticar ou não o comportamento que ela aparentemente teve fizesse alguma diferença no “descanso em paz”.
Você está partindo do pressuposto que eu tenho que ter um motivo pra analisar e emitir minha opinião. E isso é uma opinião da qual discordo. Esse imperativo categórico pra mim não existe.
E em resposta ao seu argumento, eu te pergunto: Por que me abster? Qual a razão por trás dessa abstenção?
Se for um “porque eu não gosto”, beleza. Paremos por aqui. Eu gosto. Ponto. Gostar n implica em certo ou errado, implica em opinião. E nesse ponto tudo se resolve.
Porém, de certa forma é para isso que estamos aqui: para debater. Isso é um exercício de argumentação. Quase como uma esgrima mental. Algo que eu gosto e me diverte.
E pra mim tudo se resume a se vc tem uma opinião, pq não expor? A Eliza Samudio não vai se sentir ofendida.
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Ninguém é bom ou mau, o que não é motivo para não analisarmos comportamentos.
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Só acompanhei o que vc vem falando. Foi vc quem desde sempre justificou a importante análise e julgamento de acontecimentos e pessoas pela razão de que “estamos o tempo todo em relações dinâmicas”. Concordo. Por concordar, eu apenas disse que com ela vc n tem qq relação, nem estática que dirá dinâmica. Mas isso foi só um apontamento. Não acho que acrescente qq coisa me deter na vida de alguém que n me diz respeito, como falei, mas n significa que eu ache errado. Essa, sim, é uma questão que está na seara do “gosto ou n gosto”, por isso n vou mais além com ela, como evitei entrar em tantas outras.
Esse barulho começou, Tarso, pq n acho é certo chegar ao nível de julgamento que chegou com base nos tais elementos superficiais. Mas pq n acho certo se ela n está aqui para te ler e possivelmente nunca leia uma única pessoa a quem isso pudesse importar/ofender diretamente? parece lógico pra mim tb. não sei. Aí vc me pegou. Essa resposta n posso te dar, ficaria girando em círculos. É meu imperativo categórico
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Karina, não é sobre A Eliza Samudio. É sobre Marias-Chuteiras e golpistas, como eu já disse: “Eu não conheço nenhum jogador de futebol e nenhum assassino (espero). Mas conheço algumas golpistas.”
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Eu não sei qual o “nível do julgamento” que de FATO chegamos com “argumentos superficiais”. Eu sei que colocaram muitas palavras em nossas linhas (não só as do Tarso, mas de todos que não santificaram Eliza)
Esse argumento “ela não está aqui para se defender” me soa tão vazio. A discussão, como bem ressaltou nosso amigo, não era sobre Eliza. Era sobre argumentos, posturas e marias-chuteiras.
Ela também não está mais presente para aceitar ou até mesmo rejeitar tantos e tantos elogios que lhe foram tecidos. O autor dos posts também não tem evidências de que ela era uma menina completamente apaixonada, pois tinha uma queda por portes atléticos. ESSE é nosso questionamento. Da mesma forma que recebemos indagações de como poderíamos julgar sem tantas evidências, o mesmo era feito do lado de lá, mas ao contrário. E era essa contradição que eu tentei apontar.
Uma contradição que me cheirava a hipocrisia.
Porque não falar dos mortos? Porque não questionar posturas, atos? Se Bruno morre na cadeia, nada mais poderemos falar dele? E das pessoas que moram longe? E falar de forma generalista sobre mulheres que usam burca como novo fetiche? Ninguém do Oriente Médio poderá se defender no blog, e agora? Cessam-se os comentários? Que argumento estranho.
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tentei n colocar palavras nas linhas de ninguém, Nina. acredito ter sido bem objetiva qd apontei O ponto do qual discordo. mas esse é um risco que corremos. foram colocadas palavras nas minha linhas tb.
o argumento de que ela n está aqui para se defender nunca levantei. isso é mais um do time do “gosto ou n gosto”.
esses questionamentos todos que vcs colocaram lá e que vc acabou de repetir n são meu objeto de discussão.
assim como o que o FH falou nos posts n me vem ao caso. nunca me referi a eles tb.
eu vinha falando de um ponto que foi levantado pelo Tarso, e só. um único ponto. que n conflita com todos os outros questionamentos que vcs têm feito.
de minha parte, tá dito.
N vi Eclipse, mas considerem que mudei de assunto tb.
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Karina,
Não considere os posts seguintes são uma mudança de assunto. A discussão continua aqui para quem quiser.
Eu me satisfiz no momento em que você emitiu uma opinião pessoal sem o porque:
“Esse barulho começou, Tarso, pq n acho é certo chegar ao nível de julgamento que chegou com base nos tais elementos superficiais. Mas pq n acho certo se ela n está aqui para te ler e possivelmente nunca leia uma única pessoa a quem isso pudesse importar/ofender diretamente? parece lógico pra mim tb. não sei. Aí vc me pegou. Essa resposta n posso te dar, ficaria girando em círculos. É meu imperativo categórico”
Mantenho o que disse, e parei de replicar porque a discussão acabou para mim a partir do instante em que vc definiu o “acho isso e não saberia dizer por que”.
Sem entrar no “Por quê?”, ficaríamos correndo atrás do nosso próprio rabo.
Mas que o espaço aqui está aberto, isso está.
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Legal Anarco, acho que vc foi cirúrgico como sempre!
Na verdade meu estranhamento mesmo se deu com a palavra juiz/juíza. Sobretudo porque julgar implica, necessariamente(certo?), em absolver ou condenar. Isto pode ser fácil ou natural pra muita gente…pra mim não é. Então, já que estamos no reino das palavras e da semântica, eu penso que julgar é uma coisa e analisar (ou mais além, criticar) é outra bem diferente.
Às vezes, eu ouço as pessoas falarem em crítica positiva… eu sempre me perguntei que raios é essa tal de crítica positiva!? Existe mesmo adjetivação para a crítica? Crítica positiva é falar bem em oposição à critica negativa que é falar mal? Critica é critica, porra! É uma visão tão somente. Vc concorda ou não. Pode ser boa ou ruim, mas positiva ou negativa, caralho!? Fundamente-se. Argumente-se. E só.
Para analisar ou criticar é necessário algum afastamento emocional e alguma abstração intelectual, no meu entendimento, senão vc não conseguem ter uma visão mais ampla do objeto analisado. Isso vale também para o leitor. Nada a ver com juízo de valor, entende? e disso acho que vc falou brilhantemente…
Pra mim, criticar nem tão complexo, difífil é não ser uma apaixonada…
Sabe porque eu gosto tanto do fluxo das ideias? De um fluxo urgente, das águas do qual se é arrastado sem poder parar? ^^ ;)
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Então, Petite… eu tive essa discussão semântica de “Julgamento” x “Análise” por muito tempo, e hj eu chego à conclusão de que é uma questão semântica meio eufemística.
Tá, vamos lá: julgamento acarreta em sentença. Se você não carregar a sua sentença, você está ignorando seu julgamento (ou análise).
Obviamente, não estou falando em apedrejar adúlteras como no mundo muçulmano, mas estou falando em me afastar do que não considero bom. Separar o joio do trigo.
E nisso eu te pergunto: qual a diferença entre você agredir alguém e ignorá-la?
Sim, é fato: ao agredir, você está diminuindo o bem estar dessa pessoa… Mas não é ignorar alguém uma forma de agressão?
Enquanto eu escrevia esse texto, várias vezes senti a vontada de substituir “Julgamento” por “Análise”. Mas me bateu como substituir “mentira” por “faltou com a verdade”. Você não fala isso pros outros. Você fala pra se sentir bem. Só isso.
Você julga os outros da mesma forma que se julga. Não julgar aos outros é uma tentativa de não se julgar, e isso é duplamente prejudicial.
E sim, concordo plenamente com vc quando vc diz que é necessário distanciamento emocional, mas nem sempre você tem isso.
É fácil Jogar com quem você não se importa. O difícil é fazer as escolhas certas com quem vc ama.
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… e eu fico pensando que qd está tudo visível, tudo é muito chato…
Pois sim, a gente significa o tempo todo: o que eu falo (rss) e o que eu não falo(rss) significa. O que escrevo e o que não escrevo, significa. Meus erros e acertos, significam. Neurótico, né? Eu adoro!
E respondendo sua pergunta: às vzs, eu acho o silêncio a mais agressiva das respostas( vc está no estágio 2, a do riso).
A gente até tenta disfarçar pra se proteger…besteira!
Mas qd a gente define as palavras, define seus conceitos, ahhhhh nada melhor. Escolha suas armas!
ps. Vc deveria parar de me dar munição! Qual será sua chance?
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Todo julgamento (sentença anunciada) provém de uma análise (observação mais detalhada do(s) objeto(s) e categorização dos mesmos em algum padrão.
São processos, ao meu ver, diferentes e mutuamente necessários.
A questão é: baseado em que você está fazendo seu julgamento? Como é feita sua análise?
Ambos (análise e julgamento) são pautados pelo seu juízo de valor. Petit, não tem como se livrar disso.
Mas você pode tomar consciência do processo e mudar.
Você pode tomar consciência dos seus verdadeiros juízos de valor, e mudar.
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Então, Nina, eu admito que ainda estou trabalhando a conceituação de Análise x Julgamento, mas, hoje, eu acho muito eufemístico distinguir um ou outro, mas agora que vc comentou, eu acho que eu cheguei a uma conclusão boa (Thanks!):
O Julgar é proferir sentença, uma decisão terminativa do processo analítico.
Seria mais ou menos como: Sua Análise leva a um julgamento, que nada mais é que a sentença (Bom, ruim, errado, certo, legal, ilegal, ético, anti-ético). O Julgamento é o final da análise. Depois disso você pode ou não condenar alguém.
Ou seja: julgamento é o fim da análise. Mas essa não deve nunca terminar, porque nunca teremos alcançado a razão perfeita e imutável.
Óbvio: dentro de um caso prático, você tem tempo finito: você PRECISA decidir. E dentro dessa decisão, você pode usar uma análise mais ou menos aprofundada, tomando por base inúmeros elementos (o que você sabe, o que não sabe, o que te dizem, o que você sente…)
Ok, I stand corrected: Julgamento e Análise são coisas diferentes.
Deixa eu postar isso agora.
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Sim Nina, eu entendi. Sobre juízo de valor(julgamento), eu sei que toda análise passa pelo filtro de nossas vivências, gostos, frustrações…não tem como separar. Eu gosto de usar a palavra prisma. Tudo passa pelo prisma de nossas experiências mais intensas e mais sutis. E falar do outro é falar de si mesmo. Acho que concordamos nisso, certo? ^^. Mas a minha questão é sobre CRÍTICA. Um campo bem minado…
Qd faço uma crítica eu analiso um objeto. As pessoas têm um frio na espinha com a palavra objeto… Se eu falo em objeto estabeleço, necessariamente, uma relação com sujeito. Sujeito/Objeto se equivalem. Não há hierarquia, melhor ou pior, entende? Se eu sou o objeto analisado, ou um filme, ou uma situação que seja, a crítica é um corte, uma visão. Não sou eu, ou o filme, ou a situação. É parte de mim, parte do filme, parte da situação. Sem paixões.
Como leitor ou alvo da crítica(objeto) devo ter distanciamento do que foi dito e analisar o que é importante pra mim. Tem a ver? não tem? o que me incomoda? Em fim interpretar. Quero ter liberdade para interpretar! Todos deveriam ter! Todos merecem ter! Ora, sou um ser pensante, não me subestime. Subestimar a capacidade do outro de analisar por si próprio é cruel, no meu entendimento tosco. É disso que eu estou falando!
Sem ofensas, sem mimimis, sem melindres. CRÍTICA, qualquer que seja, deve ser olhada com distanciamento analítico. Só. Vamos espalhar essa ideia e ganharemos o prêmio Nobel da paz, né? hahahaha.
Ps. A gente nunca se falou, né? Eu adorei! Eu curto pra caramba bater papo… sou uma tagarela, e bem… quem fala demais acaba falando besteira, não ligue. Bjo.
Ps2. Não pense que seja fácil pra mim ser alvo de crítica ou não me abater…às vezes, fico chocada… mas respiro, me afasto, penso, reflito, engulo ou não, vomito( tenho o estômago sensível) Mas, em geral, as críticas fazem parte de mim, me compõem como pessoa, me ajudam a ser alguém melhor que antes. É o meu barato.
O problema é a desgraça de ser fazer entender!^^
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